VI Encontro de Tenores do Brasil acontece nesta quarta no Teatro Amazonas

Foto: Divulgação

Talentos do canto lírico de Amazonas, São Paulo e Distrito Federal unem suas vozes no Encontro de Tenores do Brasil, nesta quarta-feira 8, no palco do Teatro Amazonas. Na sexta edição do evento, Miqueias William, Roney Calazans e Richard Bauer apresentam um repertório de canções eruditas e populares, em solos e em conjuntos, num espetáculo lírico com a participação de convidados especiais e da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sob regência do maestro Hermes Coelho e produção técnica da Apolo Produções.
Neste ano, o Encontro tem à frente o amazonense Miqueias William ao lado do brasiliense Roney Calazans e do paulistano Richard Bauer. Anfitrião e idealizador do evento, William é coralista e solista do Coral do Amazonas há mais de 15 anos. Apaixonado pelo canto lírico, fundou a Companhia de Ópera da Compensa, em 2007, em parceria com o músico Celdo Braga.


Calazans, que esteve em outras edições do evento lírico em Manaus, ganhou fama ao ser eleito vencedor no Concurso de Tenores do Brasil, da Rede Record, em 2012. Já Bauer, no Encontro pela primeira vez, atuou nas principais casas líricas nacionais, tendo ainda performances em montagens internacionais, ao longo de 25 anos de carreira.

Os três dividem o palco com os convidados Liriel Domiciano, soprano paulista que ganhou fama na dupla Rinaldo & Liriel, com o tenor Rinaldo Viana, entre os anos 1990 e 2000; Dhijana Nobre, soprano amazonense; e Zezinho Corrêa e Marcella Bártholo, cantores de diferentes gerações da música do Amazonas. Haverá ainda participações especiais da pianista Irina Kazak e do maestro Fabiano Cardoso.

Cantos e estilos – William destaca que será um evento especial para os fãs do canto, seja popular ou erudito. “Não fazemos apenas ópera, nós misturamos tudo. Seguindo o exemplo de Pavarotti, que cantou até com músicos do rock, reunimos o canto erudito e o popular. Daí participações como a de Zezinho Corrêa: sempre conversamos sobre fazer um dueto no Encontro, e esse ano deu certo”, comemora.

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Nesse formato, os três tenores e os cantores convidados vão se revezar no palco em solos, duetos e outras formações. O repertório é diversificado e reúne de hits do repertório lírico a canções populares. Aí se incluem as árias “La donna è mobile”, da ópera “Rigoletto”, de Giuseppe Verdi; e “Nessun dorma”, de “Turandot”, de Giacomo Puccini; e as canções italianas “Vivo per lei”, “Con te partirò”, “Torna surriento” e “‘O sole mio”, para citar algumas.

Bauer – que terá entre suas participações um solo de “Vesti la giubba”, da ópera “I pagliacci”, de Ruggero Leoncavallo – se diz reconhecido pelo convite para o Encontro de Tenores do Brasil. E destaca a importância do evento na popularização da arte do canto.

“É muito válido, pois não é só um evento para tenores, mas para colegas do canto. A arte lírica precisa sobreviver, e até agora tem sobrevivido mesmo ao rock n’ roll – que tem 60 anos, enquanto a ópera tem 400. Mas não é uma arte fácil”, comenta ele, que também irá ministrar uma oficina de técnica de canto em Manaus.

Da seara popular, Zezinho Corrêa se disse encantado pela proposta do Encontro e pelo convite para participar do evento. “Cantar ao lado de cantores eruditos para mim é uma experiência nova e sensacional”, declara. Zezinho, cuja voz também é de tenor, diz admirar o canto erudito: “É um trabalho de sutileza e arte na exploração vocal”.

No palco, entre outras, Zezinho vai interpretar “Lua Branca”, composição de Chiquinha Gonzaga, num dueto com William.

Balanço e perspectivas – Às vésperas da sexta edição do Encontro, Miqueias William faz um balanço positivo do evento. “Hoje é um evento de nível internacional, vêm pessoas de outros Estados para assistir. Turistas vêm me dizer que adoraram, que não deixa a desejar em nada em relação a eventos líricos lá fora”, comenta William.

Num cenário que não vive sem apoio financeiro como é o do mundo lírico, o início não foi fácil. “Eu e o Celdo nos reunimos com amigos para custear o evento”, recorda William. As dificuldades, ele conta, ainda existem, mas o apoio crescente à iniciativa ajudou a equilibrar as coisas.

“Hoje temos grandes parceiros. O Encontro não teria êxito sem apoio dessa gente toda e do público que tem comparecido. Posso dizer que valeu a pena todo o investimento que fiz”, afirma ele, lembrando que o evento será in memoriam a um desses parceiros, o empresário e jornalista, Phelippe Daou.

O amazonense ainda tem boas perspectivas para o futuro. “Pretendo trazer tenores do Brasil e de fora – da Itália, dos Estados Unidos –, futuramente brindando o público com um encontro de tenores internacionais. E quem sabe levar o Encontro a outros lugares, possivelmente a Brasília. Mas a sede sempre será Manaus, pois o que atrai os tenores é poder cantar no Teatro Amazonas”.

Os ingressos para o 6º Encontro de Tenores têm preços a partir de R$ 20 (meia-entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro Amazonas. O evento tem o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC).

 

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