Vinte anos depois, Robério Braga continua vendendo ilusões

Robério já foi chamado de "imexível, parente, intocável, feiticeiro..." e, todos tentam descobrir qual é a mágica da longevidade no cargo.

Nas duas últimas década, o secretário de Cultura Robério Braga é o único dessa geração a permanecer no cargo, mesmo depois de passados cinco governadores e sete mandatos. Sua gestão teve início em 1997 e, até que se diga o contrário, deve continuar por mais duas décadas.


Robério está à frente Da Secretaria de Cultura do Estado (SEC), a exatos 20 anos. Ele começou a carreira de chefe da programação cultural pelas mãos do ex-governador Amazonino Mendes em 1997, passou pelo governo Eduardo Braga entre 2003 e 2010, Omar Aziz entre 2010 e 2014 e José Melo 2014 e, em 2017 continua seguro no cargo.

A trajetória de Robério não para por ai. Já ocupou seis secretarias e é Procurador Autárquico desde 1982 com salário superior a R$ 30 mil, fora o mesmo valor que recebe há quase duas décadas como “super-secretário”.

Qual o segredo dessa longevidade, não como pessoa pública, mas como uma pessoa que permanece no mesmo cargo há décadas?

Robério já foi chamado de “imexível, parente, intocável, feiticeiro…” e, todos tentam descobrir qual é a mágica da longevidade no cargo.

Para o “Super-Robério” existe uma explicação dada pelo próprio Robério, que “vende” a imagem de uma pessoa competente e preparada, que diz conhecer como ninguém o segmento cultural do Estado, que sabe como divulgar a cultura e arte “cabocla” dentro e fora do país.

Entretanto, esse não é pensamento da classe artística. Há discordância. Os artistas não veem dessa forma. Eles são taxativos ao afirmar que Robério vende a imagem de uma falsa cultura amazônica. Trabalha uma política e cultura altamente elitista em detrimento das culturas artísticas e culturais populares e mais pobres.

Muitos dizem não suportam ver o Robério à frente da SEC, por causa desse tipo de comportamento, ou seja, em querer fazer projetos culturais só voltados para as elites e desprezar quase por completo a cultura e os artistas populares.

Exemplo disso é o Festiva Amazonas de Ópera que chega este ano a sua vigésima edição, coincidentemente o mesmo período em que o “Super-Robério” está no Governo.

A maioria dos artistas amazonenses afirma, que o Festival Amazonas de Ópera não acrescenta nada, que não tem nada a haver com a cultura amazônica, a começar pelas obras que na sua totalidade retratam a cultura Europeia, deixando de lado a cultura cabocla e indígena amazonense.

Robério, também, investe pesado no Festival dos Bumbás de Parintins, mas esquece e deixa de lado o lado artístico e cultural de outros municípios amazonenses como: a Ciranda de Manacapuru, o Festival da Canção de Itacoatiara.

Mais do que isso, deixa de lado artistas populares como músicos, cantores, compositores, artesãos, artistas amadores, palhaços, dentre outros. Por falta de apoio e incentivo, muitos desses passam por dificuldades e se queixam de não ter, muitas vezes, nem o que comer.

Então aí está um grande mistério. Por que o “SuperRobério” permanece há tanto tempo em um cargo público: ou se trata de uma pessoa muito competente, iluminada, ou sabe como nunca vender ilusões.

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