
O governador do Amazonas, Wilson Lima, ainda no União Brasil, está convocando todos os ex-prefeitos, ex-presidentes de associações, ex-dirigentes rurais, senhoras das comunidades de bairros, para ir à sede do governo assinar um cheque em branco para as suas pretensões políticas futuras.
Os ex-gestores municipais, ‘as viúvas políticas sem cargos’ que administraram cidades do interior na gestão passada, foram chamados a participar da reunião de hoje (23), na sede do governo, na Avenida Brasil, Santo Agostinho, com o propósito de lhe prestar supostas honrarias e lhe render promessas de apoio na próxima eleição.
De acordo com assessores, Wilson Lima estaria arregimentando forças ociosas dos ex-gestores municipais, que elegeram seus sucessores, para apoiar a sua candidatura ao Senado em 2026, antes de anunciar sua filiação ao partido bolsonarista, o Partido Liberal (PL).
Negacionismo
Com isso, o governador abraça de vez a doutrina bolsonarista do autoritarismo, de elementos neofascistas, do negacionismo científico e das artes, do porte de armas, da rejeição aos direitos humanos e da aversão à esquerda.
Na turma de ex-prefeitos, na reunião de hoje, estava Frederico Junior (Novo Airão), Glênio Seixas (Barreirinha), Eraldo trindade da Silva (Boa Vista dos Ramos), Chico Belo (Anamã), Marco Lise (Apuí), Jocione Sousa (Novo Aripuanã), Anderson Sousa (Rio Preto da Eva), a maioria respondendo algum tipo de acusação por improbidade administrativa junto ao Ministério Público e até junto à Polícia Federal.
Rejeição
Segundo o assessor, o governador está tentando reverter a grande e crescente rejeição à sua administração. “Uma coisa que o governador não fazia era chamar ex-prefeitos, comunitários, lideranças rurais em bloco para conversar”, informou.
Nem todos que participaram da fatídica reunião de hoje, no entanto, se diziam prestigiados com o convite. Muitos não estavam acreditando na mudança repentina de comportamento do governador.
É bem provável que aconteçam outros convites, outras reuniões, outras promessas. Afinal, é o que resta ao chefe do governo, caso queira se catapultar ao Senado.
