Vodca e uísque são principais alvos de falsificação, diz especialista

Foto: Divulgação

A falsificação de produtos é uma prática criminosa recorrente no mundo todo. No comércio de bebidas alcóolicas, não é diferente. Para adulterar o conteúdo, falsificadores reutilizam garrafas, trocam rótulos e lacres e até fabricam a própria mistura, segundo a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe).


Em 2018, o Distrito Federal registrou dois casos de falsificação, em marçoe em junho, segundo a Secretaria de Segurança Pública. No ano passado, não houve registros, mas em 2016, foram seis ocorrências.

Na maioria dos casos, a fraude ocorre na etapa de distribuição e as bebidas mais visadas pelos criminosos são as de alto valor agregado – vodcas e uísques. O especialista e consultor da Abrabe Luiz Cláudio Garé explicou ao G1 que os falsificadores ofertam as garrafas a preços vantajosos, geralmente sem nota fiscal.

“Normalmente são pessoas que vendem bebidas para festas, baladas, buffet e oferecem a um preço atrativo.”

“Às vezes, quando tem um evento deste tipo, as garrafas originais acabam sendo revendidas e podem reabastecer o esquema de quem oferece as bebidas falsificadas. Por isso, a recomendação é sempre comprar pelas vias formais.”

Garé vai ministrar uma palestra sobre o assunto na próxima terça-feira (26) no Ministério Público do DF. O curso é destinado a autoridades públicas, policiais e peritos que trabalham no combate à falsificação.

O G1 questionou a Polícia Civil sobre os procedimentos adotados pelo Instututo de Criminalística para verificar a originalidade de bebidas alvo de denúncia, mas o pedido estava “em andamento” até a publicação desta reportagem.

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Segundo o consultor da Abrabe, hoje é possível examinar um conteúdo líquido suspeito em questão de minutos. “Nós temos um aparelho que dá o resultado de qualquer amostra na hora. Nele ficam gravados todos os padrões das bebidas originais.”

Como falsificam?

A estratégia mais usada na falsificação de bebidas é a reutilização de garrafas, de acordo com o especialista Luiz Garé. O conteúdo é que costuma variar – pode ser original, mas de outra marca, ou pode ser fabricado pelo próprio falsificador.

“O DF tem três importantes casos resolvidos de fabriquetas clandestinas que operavam no fundo de casas. Algumas envasavam garrafas usadas com uma bebida semelhante à original e outras pegavam garrafas fechadas e trocavam os rótulos.”

As duas formas mais recorrentes de adulteração de bebidas alcoólicas, segundo Garé, são:

1. Compra de um recipiente usado para colocar produto semelhante mais barato

2. Preparação do conteúdo líquido, usando essências e substâncias similares para confundir o paladar do consumidor

“Em qualquer um dos casos, as condições de higiene não são boas, porque as bebidas são feitas em fundos de quintal”, disse ao G1.

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“O consumidor final é sempre o mais prejudicado. Pode ficar com uma forte dor de cabeça no dia seguinte.”

Vestígios

O primeiro sinal de que as bebidas vendidas podem ser falsificadas é o que Luiz Garé chama de “canal informal”: preço muito abaixo do mercado, sem nota fiscal e sem uma empresa por trás. “A compra de garrafas por indivíduos e não empresas, distribuidoras, é sempre suspeita.”

A aparência da garrafa também pode deixar vestígios. “Como é reaproveitada, o fecho não é o mesmo. Também pode ter diferença na tampa e no lacre. Para dar ares de ser original, eles acabam envolvendo o bico com uma película plástica, que difere da original.”

“A maioria das garrafas originais tem um lacre na tampa que, depois de aberto, não volta a ser o mesmo.”

Apesar do alerta, Garé afirma que não é preciso entrar em pânico – “não é assim, também”, nas palavras dele. Segundo ele, a maioria dos estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas é confiável.

Em casos de suspeita de adulteração, porém, ele recomenda que o consumidor ligue no SAC da própria fabricante ou distribuidora – que vai recolher a amostra e fazer uma análise. Também é possível fazer uma denúncia à Polícia Civil.

Fonte: G1

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