
A chegada de Dilma Rousseff ao local de votação em Porto Alegre (RS) foi marcada por tumulto após a justiça eleitoral do Rio Grande do Sul proibir registros da votação da ex-presidente. Dilma lamentou o ocorrido e criticou ação.
“Acho um absurdo. Acho antidemocrático e indigno de uma democracia como a brasileira. Acho um absurdo impedir a imprensa de chegar aqui”, afirmou a ex-presidente. “Eu sempre votei aqui, nunca houve isso. Nunca a Brigada [Militar] foi chamada, nunca fecharam as portas. É lamentável”, disse.
Perguntada sobre o que achava de ser tratada como cidadã comum, Dilma afirmou: “Se sou uma cidadã comum, tenho muito orgulho disso. Há que se ter orgulho de ser cidadã neste país”.
Dilma chegou à escola estadual Santos Dummont, na zona sul de Porto Alegre, às 13h29 deste domingo (2) e foi recepcionada por grupos de militantes com flores e cartazes escritos “Fora, Temer”.
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A multidão fez Dilma ter dificuldade de chegar à zona eleitoral e a Brigada Militar teve que intervir. Alguns militantes acusaram a polícia de agressão. Jornalistas que tentavam registrar a votação foram impedidos de entrar pelo escrivão eleitoral Luis Carlos Braga, que alegou a proibição do registro por Dilma agora se tratar de pessoa comum. A legislação eleitoral impede o registro de voto de cidadãos comuns.
O registro da votação de Dilma foi proibido pelo juiz Niwton Carpes da Silva, titular da 160ª zona eleitoral, sob a alegação de que a ex-presidente é uma cidadã comum e não deve ter seu voto registrado.
“Registrar voto na urna é errado. Se outros ex-presidentes têm seus votos gravados, um erro não gera um precedente”, afirmou. Segundo o juiz, a imprensa teve um “comportamento de manada” que gerou reação por parte da Brigada Militar.
O juiz também alegou que a lei eleitoral proíbe manifestações políticas no dia da eleição — com exceção de manifestações individuais e solitárias.
Itamar Aguiar /Agência Free Lancer/Estadão Conteúdo
Dilma Rousseff foi recepcionada por militantes com flores em escola de Porto Alegre
Tumulto
O candidato à prefeitura de Porto Alegre Raul Pont (PT), sua vice Silvana Conti e o ex-ministro Miguel Rossetto, que acompanhavam Dilma foram impedidos de entrar e prostestaram.
No tumulto, a porta de vidro da Escola Estadual Santos Dumont que dá acesso às seções eleitorais foi quebrada. Dois PMs faziam a guarnição do local e impediram o acesso ao local de votação inclusive do candidato à prefeitura de Porto Alegre Raul Pont (PT).
Ele conseguiu acompanhar a votação de Dilma apenas após negociar seu ingresso. A candidata a vice, Silvana Conti, alega que foi agredida por um PM na confusão com um chute no joelho e se dirigiu a uma delegacia de Polícia para registrar Boletim de Ocorrência.
O ex-ministro Miguel Rossetto também teve seu acesso barrado e discutiu com os policiais. Rossetto anunciou que a coligação vai ingressar com uma representação na Justiça eleitoral por tentativa de censura do direito ao voto.
Fonte: UOL