
Mesmo o Amazonas sendo a segunda maior economia da Região Norte, atrás apenas do Pará e posicionado no ranking como um dos maiores PIB do Brasil, ainda assim o Estado amarga a 21º posição dos piores salários pagos a seus trabalhadores, funcionários e prestadores de serviços.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM), do Sindicato dos Metalúrgicos e do PT Municipal/Manaus, Valdemir Santana, o governador do estado, Wilson Lima (União Brasil), tem forte parcela de culpa nos baixos índices salariais de todas as categorias de trabalhadores no Amazonas.
Inicia pela ‘vergonhosa terceirização’ ocorrida nos principais hospitais do Estado, onde os trabalhadores são submetidos a horários estafantes e salário mínimo como remuneração.
Abaixo da média
O salário pago no Amazonas está abaixo da média nacional que, atualmente, é de R$ 3.225,00, enquanto no Amazonas, a média é de R$ 2.293,00, conforme Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Valdemir observa, que a média do Estado só aumentou, porque as inúmeras convenções coletivas do Sindicato dos Metalúrgicos elevaram os salários de mais de 130 mil trabalhadores do Polo Industrial de Manaus (PIM), para mais de R$ 3.300,00. Ou seja, os metalúrgicos do Amazonas tem média salarial acima da média nacional.
Governador
“Vergonhoso para o Amazonas, vergonhoso para o governador manter apresentar um índice deste em um estado com o terceiro maior parque industrial do Brasil, quando se tem o maior polo industrial da região Norte, com mais de 500 indústrias, que geram cerca de meio milhão de empregos diretos e indiretos.
O PIM está entre os três maiores polos industriais eletroeletrônicos do Brasil, incluindo Santa Rita do Sapucaí (MG) e São José dos Campos (SP). “Como pode o governador manter os piores salários do Brasil”, questiona Valdemir.

Estado terceirizado
O problema crônico das terceirizações, que são altamente prejudiciais aos salários e ao crescimento do Estado, atinge também a classe empresarial. Muitos que ocupam cargos de mando nas indústrias “não mandam absolutamente nada”. São capatazes obedientes às ordens de matrizes instaladas no Sul/Sudeste do Brasil.
“A situação é tão grave, que um engenheiro eletrônico, de produção, por exemplo, ganha 40% menos que o seu colega de profissão do Sul/Sudeste. O comércio é pior ainda. Só uma parcela mínima ganha acima do salário mínimo de R$ 1.518,00”, acrescenta Santana.
Nem os incentivos dados pelo governo federal a empresas como a Samsung, que 100% de incentivos fiscais no setor bens de informática, consegue reverter os péssimos índices salariais no Amazonas.
Acrescenta-se a tudo isso, o que foi feito no Hospital e Pronto-Socorro 28 De Agosto, Hospital e Pronto-Socorro Doutor Aristóteles Platão Bezerra de Araújo, Hospital e Pronto-Socorro Delphina Rinaldi Abdel Aziz e nas UPAs, UBSs e na saúde do interior do Estado, todos com salários deprimentes para os terceirizados.