4 de Outubro: Dia dos Animais (Por Raimunda Gil Schaeken)

Professora Raimunda Gil Schaeken(AM)

Todos os textos religiosos que falam da criação do mundo afirmam que o homem é o rei da criação, o que o levou a pensar que lhe competia aproveitar-se de todas as vantagens que a natureza oferece.


Mas a um rei competem direitos e obrigações. E o rei Homem, esquecido disso, não se contentou em caçar e pescar apenas para comer, como fazem todos os animais.

Das primeiras necessidades de alimentação, ele passou às necessidades de lazer, comprazendo-se em matar pelo prazer de matar.

Quanto mais se civilizava, mais cruel o homem se tornava. De Rei da Criação de que falam os textos sagrados, ele se tornou em Inimigo da Criação. Não lhe bastou domesticar animais para que o servissem. Não lhe bastou ir ao âmago das florestas buscar carne para comer, peles para se vestir e ossos para fabricar utensílios. Ele inventou armas e armadilhas para caçar. Tornou-se cada vez mais esperto na destruição e na instalação do desequilíbrio ecológico.

É tempo de dar o basta! Criaram-se Sociedades  Protetoras dos Animais, criaram-se Reservas Florestais para preservação da fauna. E se procurou, principalmente, criar a mentalidade de que o Homem-Rei da Criação tem uma grande responsabilidade na preservação da Natureza.

Em 4 de outubro, comemora-se o Dia de São Francisco de Assis, considerado o padroeiro dos animais. De fato, é comum encontrar nas sedes das entidades de proteção animal imagens do santo italiano. Por sua relação de amor e respeito aos animais, a data serve também para comemorar o Dia Mundial dos Animais.

Francisco de Assis viveu na Itália, entre os séculos XII e XIII. Durante a juventude, levava a vida como um rico filho de comerciante. Então, converteu-se e passou a trabalhar com um grupo de discípulos (que ficaram conhecidos como franciscanos), todos devotos da pobreza evangélica.

Ele tinha uma relação muito especial, de muito respeito com os animais. No Cântico das criaturas, São Francisco de Assis louva a Deus por todas as criaturas, o sol, a lua, as estrelas… Há alguns anos, o Papa João Paulo II decretou São Francisco de Assis como o padroeiro da ecologia, pelo reconhecido amor a todas as criaturas. Francisco de Assis foi sepultado em 4 de outubro de 1226 e canonizado em 1228. Em comemoração à data, durante este mês, várias entidades de proteção animal organizam eventos sobre bem-estar animal e cerimônia de bênção aos animais.

Por isso, vamos aproveitar a data para refletir por alguns instantes sobre tudo aquilo que devemos aos animais, sobre todos os erros cometidos até agora. Existe um caminho a ser seguido, que é o respeito a todas as formas de vida, tanto aos aspectos mais básicos, como abrigo e alimentação, quanto ao direito a afeto, liberdade e à vida. (Raimunda Gil Schaeken – Tefeense, professora aposentada, católica praticante,membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR.)

N.B.: Há quem comemore o Dia dos Animais, a 15 de março.

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