Empresários discutem exploração de madeira sustentável, no Amazonas

Gov. José Melo, reunido com empresários/Foto: Nathalie Brasil

Uma comitiva formada por executivos da Aplub e da Renbrasil, empresas parceiras no projeto Carauari Amazônia, voltado para a produção agroflorestal no município localizado no rio Juruá, foi recebida, na segunda-feira (22), pelo governador do Amazonas, José Melo, na sede do Governo.


Essas empresas se uniram para investir em um grande projeto que visa explorar a atividade madeireira sustentável, aliada à fruticultura e à piscicultura numa área de mais de 900 hectares de floresta em Carauari, com a expectativa de geração de 3 mil empregos, utilizando, preferencialmente, mão de obra local.

“É um projeto que se encaixa perfeitamente à matriz de desenvolvimento econômico do nosso Governo, que tem na piscicultura, na fruticultura e na biotecnologia seus principais pilares”, disse o governador José Melo, ao receber, em seu gabinete, a comitiva liderada pelo presidente da Aplub, o ex-senador Nelson Wedekin, e o presidente da Renbrasil, ex-embaixador Brian Michel Fraser Neele.

Também, participaram do encontro os prefeitos de Manaus, e de Carauari, Chico Costa, além de representantes de órgãos e entidades de classes ligados à indústria, ao setor primário e área de desenvolvimento econômico.

A ideia de transformar o município em um grande produtor de peixe e de frutas agradou ao governador e aos técnicos do Governo que participaram da reunião. “Esse é o carro-chefe do nosso Governo que já conta com  o interesse de países estrangeiros, como a China”, lembrou o governador.

Manejo florestal – O projeto, planejado para ser executado num período de 90 anos, tem como pilares básicas a exploração madeireira baseada no manejo florestal, casada com o desenvolvimento de atividades econômicas, como a fruticultura e a criação de peixe em cativeiro. De acordo com o executivo Enrico Minoli, integrante da comitiva, tanto a atividade madeireira, quanto a produção de frutas e a piscicultura serão associadas ao beneficiamento (agroindústria), ampliando as oportunidades de emprego para a população.

“Toda a atividade será concentrada em Carauari. Pelos nossos cálculos, vamos desenvolver no município a maior produção de peixe em cativeiro do Estado”, afirmou o executivo.

Durante a apresentação do projeto foi destacada a expertise da Renbrasil, uma empresa estrangeira de capital nacional, em atividades sustentáveis relacionadas à agricultura, biotecnologia, produção de material biodegradável e energia renovável, entre outras atividades que estão no projeto a ser implantado pela empresa. O grupo tem como parceira a Organização de Pesquisa Agrícola (ARO), uma organização israelense especializada em implantar projetos agrícolas em regiões inóspitas e com climas extremos, como o deserto. A Renbrasil também está firmando parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Levem a certeza de que todos nós vamos estar juntos neste empreendimento, porque temos muito interesse em dar ao mundo o exemplo de que é possível fazer no formato que precisa ser feito, com os cuidados ambientais e sociais, mas sem tratar essa região como se fosse uma virgem intocável”, disse o governador José Melo, ao oferecer sua estrutura técnica para auxiliar no projeto. “Coloco os técnicos do Governo à disposição para dirimirmos as eventuais dúvidas, porque tenho maior interesse em mostrar para o mundo que é possível produzir numa região como a nossa, preservando a natureza, mas também desenvolvendo atividade econômica dentro do conceito de sustentabilidade”.

Bases sustentáveis – A preocupação com a sustentabilidade e questão ambiental foi a tônica da discussão que contou a com a presença de técnicos desta área do Governo e da Prefeitura de Manaus, como o secretário de Meio Ambiente do Estado, Antônio Ademir Stroski, e da Prefeitura, a ex-secretária de Meio Ambiente, Kátia Schweickardt, além da presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Ana Aleixo, e do secretário de Estado de Produção Rural, Sidney Leite.

“Temos a clareza de que não se faz um projeto de grande porte como este sem que haja o compromisso de estrita obediência às leis e às normas ambientais do Governo”, observou presidente da Renbrasil, Brian Michel Fraser Neele. O projeto será implantado na fazenda Aplub, de propriedade da empresa de mesmo nome. Rígido controle ambiental com uso de alta tecnologia, como 200 drones para vigiar o processo de retirada de madeira, deverá ser implantado, segundo os executivos. Ainda de acordo com eles, para a atividade agrícola, a área utilizada não deve ser superior 1,8%, bem abaixo do que é estipulado por Lei.

Social – O projeto também tem o viés social. A proposta visa construir unidades habitacionais para a família dos trabalhadores, assim como a construção de escolas para educação infantil, ensino fundamental e profissionalizante e aparelhos esportivos. Ainda consta do projeto a construção de uma unidade médico odontológica para os trabalhadores, bem como o investimento de recursos para a melhoria do hospital do município.

O fortalecimento do transporte com melhorias no porto da cidade para melhorar o escoamento também foi citado pelos executivos, que preferiram não dimensionar os investimentos totais do projeto. Segundo eles, vai depender das atividades que serão permitidas (licenciadas) e das parcerias firmadas.

Também participaram da reunião representantes da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além de secretários e representantes dos órgãos relacionados ao setor produtivo, como a Secretaria de Produção Rural (Sepror), de Fazenda (Sefaz), de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplancti) e da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), entre outros.

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