
Na eminência de pegar uma pesada condenação que pode ultrapassar aos 30 anos de prisão, o médico e empresário Mouhamed Moustafá, preso na “Operação Maus Caminhos” deflagrada pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU), pode fechar um acordo de delação premiada.
Pessoas próximas a Mouamed afirmam que o médico-empresário não aguenta mais o sofrimento de continuar preso praticamente sozinho enquanto outras pessoas que se beneficiaram do esquema que ele comandava, estarem soltos e se beneficiando dos mais de 100 milhões que foram desviados da Saúde.
Uma última cartada que pode ou não dar certo, os advogados de Mouhamed decidiram convocar como testemunhas de defesa dele, autoridades do “alto escalão” do governo, entre eles os ex-secretários Wilson Alecrim e Pedro Elias (Saúde), Raul Zaidan (Casa Civil), e o ex-presidente da Assembléia, Josué Neto, para participarem como testemunhas dele (Moustafá) nas audiências que iniciam nesta quinta-feira (27) com a tomada de depoimento junto a Justiça Federal.

Mas é quase certo que esta estratégia não dê certo: essas autoridades não vão querer se comprometer, e, em seus depoimentos, ao invés de defenderem e inocentarem, podem é colocar Mouhamed ainda mais no “fogo”.
Mouhamed já avisou que se isso ocorrer e quiserem que ele só pague por tudo, o efeito será igual ao da “Operação Lava jato”. Ele pode fechar um acordo de delação premiada com objetivo de reduzir sua pena (em caso de condenação), “abrir o bico” e citar nome de autoridades que participaram ou foram coniventes com ele no esquema.
Pessoas muito ligada ao médico acreditam que este deve ser o caminho e que a própria Justiça Federal já vem adotando uma estratégia para que isso ocorra.