
A justiça determina mais uma vez, por liminar concedida aos empresários, que o Sindicato dos Rodoviários não pode fazer greve nessa segunda feira (26), conforme vem sendo anunciado pela categoria.
Ocorre que a greve não é uma ação do Sindicato, mas dos trabalhadores, uma greve empresa-por-empresa com comando independente, a partir da Zero Hora, dessa segunda feira (26). Foi o que anunciou um dos motoristas ligado ao movimento, que não quis se identificar para evitar represália do TRT e da Prefeitura de Manaus.
Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir de Oliveira, mais uma vez, os empresários estão se escondendo “sob as asas da justiça”, para descumprir o dissídio coletivo, que é amparado por lei.

O sindicato, segundo Givancir, vem a mais de três meses negociando com a classe patronal, o prefeito Arthur Neto do PSDB e a justiça do trabalho. Ele garante que não tem resultados. De acordo com ele, o prefeito e os empresários resolveram se unir para prejudicar os trabalhadores e, tendo como suporte, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Givancir questiona tanto a posição do sindicato patronal, que não quer pagar o aumento salarial, quanto a posição do TRT em expedir liminares que só favorece a classe patronal (os empresários), enquanto os trabalhadores tem mais de 30 ações transitando em julgado, sem que o no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), pelo menos analise os casos.
“Os empresários não perdem uma no TRT do Amazonas. É hora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), fazer uma investigação, para ver que a justiça trabalhista do Amazonas só favorece os patrões”, aponta o presidente. A justiça é omissa, tendenciosa, garante ele, diante da decisão de desembargadores em expedir liminares, com a maior facilidade, toda vez que os empresários “requisitam. O sindicato patronal não perde uma ação no TRT do Amazonas”.
O prefeito Arthur Neto deu o maior aumento de tarifa do País, mais de 30% para os empresários, mas não intercede em favor do aumento salarial dos trabalhadores. Enquanto isso, os donos de empresas de ônibus não dão “o comum acordo” para os trabalhadores irem à justiça e, nem querem dar aumento de salário, com a justiça omissa diante da decisão dos empresários. “Os empresários dão calote nos trabalhadores com o aval da justiça do trabalho”, acusa.
A decisão é dos Trabalhadores
O Sindicato, segundo Givancir, não vai interferir na decisão dos trabalhadores de fazer greve pelos seus direitos. A data base da categoria deveria ser decidida em Maio, mas por indecisão do TRT, o empasse está criado e o Sindicato da categoria não vai pedir para eles não fazerem greve, foi o que informou o presidente.