Maior exposição sobre a vida de Salvador Dalí chegou ao Rio

 


Salvador Dali a última Ceia.
Salvador Dali a última Ceia.

 

Foram 16 anos até que os cariocas pudessem ver novamente uma mostra do pintor espanhol Salvador Dalí, mas a espera valeu a pena: a partir desta sexta-feira (30), o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro do Rio de Janeiro, recebe a maior retrospectiva da obra do pintor já vista na América Latina.

A partir de 150 peças, incluindo 30 pinturas, 80 desenhos, documentos, fotografias e filmes, a curadoria da espanhola Montse Aguer perpassa toda a carreira do mestre do surrealismo.

Salvador Dali
Salvador Dali

De semelhança com a mostra “Dalí Monumental”, no Museu Nacional de Belas Artes, em 1998, a mostra “Salvador Dalí” só tem o tema, avisa em entrevista à Agência Efe o gerente-geral do CCBB, Marcelo Mendonça.

“Aquela exposição (com 34 obras) era apenas de um colecionador. Agora estamos expondo o acervo das principais instituições colecionadoras de Dalí: o Museu Rainha Sofia, de Madri, o Museu Salvador Dalí de St. Petersburg, na Flórida (Estados Unidos) e a Fundação Gala-Salvador Dalí, de Figueres (Espanha)”, dimensiona Marcelo.

“A ideia é mostrar Dalí como um artista total”, esclarece Montse Aguer, e Marcelo acrescenta: “É como ele se pensava”.

Do amplo recorte, “apenas uma obra, ‘Las sombras de la noche que cae’ (1931), já havia sido vista por aqui” conta Marcelo.

Dois marcos influenciaram a escolha deste mês para a megaexposição: além de o espaço estar comemorando 25 anos, os espanhóis viram na Copa do Mundo, que começa em 15 dias, uma oportunidade para atrair o público do mundo inteiro para a obra do gênio catalão.

“A Copa ajudou a trazer essa exposição. Eles quiseram estar aqui durante o Mundial, que é uma vitrine para todos, e para Dalí também”, conta o gerente do CCBB, que diz estar curioso sobre a receptividade do público de futebol. “Estou na expectativa para saber se o turista da Copa é o mesmo que vai ao museu. A gente espera que sim, e vamos nos esforçar para que essas pessoas deem uma passadinha aqui”, anima-se.

Quanto à expectativa de público, a mostra, que fica em cartaz até 22 de setembro, é ambiciosa: “Espero que supere a marca de uma exposição quase idêntica em 2012 no Centro Georges Pompidou, em Paris. Foram 700 mil visitantes”, revela Marcelo, que não descarta retomar os “viradões”, com portas abertas até a madrugada.

A retrospectiva ocupa 12 salas do primeiro andar do prédio, área equivalente a mil metros quadrados, além de uma instalação no térreo.

Toda essa imponência exigiu anos de trabalho: desde 2009, o Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, negocia a vinda da exposição, mas foi a entrada do CCBB, recentemente, que garantiu a vinda.

Mi mujer desnuda contemplando su propio cuerpo transformandose en escalones, tres vertebras de una columna, cielo y arquitectura, 1945.
Mi mujer desnuda contemplando su propio cuerpo transformandose en escalones, tres vertebras de una columna, cielo y arquitectura, 1945.

O transporte das obras também teve cuidados especiais. Tanto da Espanha quanto dos EUA, os acervos vieram distribuídos em ao menos seis aviões, cujos voos tiveram horários e destino guardados a sete chaves; e em caixas climatizadas.

O investimento total no evento ficou em torno de R$ 9 milhões – captados pelo Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, e com patrocinadores privados.

Dali
No percurso do Dalí adolescente (desde os 16 anos), provando estilos e técnicas como um adolescente comum provaria bebidas, até o Dalí surrealista e midiático, em apresentação cronológica, o público verá ângulos menos conhecidos do pintor.

“Ele foi muito além da pintura”, lembra Marcelo. “Trabalhava com desenho, gravura, fotografia, cinema, era pensador, ilustrador”.

Um vaidoso Dalí, assim, construiria seu próprio museu mais tarde, aberto em 1974, para ser “o maior objeto surrealista do mundo”.
Um vaidoso Dalí, assim, construiria seu próprio museu mais tarde, aberto em 1974, para ser “o maior objeto surrealista do mundo”.

Entre as obras de maior importância artística, estão “El sentimiento de velocidad” (1931), “Monumento imperial a la mujer-niña” (1929), “Figura y drapeado en un paisaje” (1935) e “Paisaje pagano medio” (1937).

No clímax da exposição, que é mesmo a fase surrealista, tudo foi pensado para criar um ambiente mágico, sem cair em exageros. É o que conta a curadora Montse Aguer.

Leia mais: http://goo.gl/xIKB4y

Artigo anteriorPonta Negra terá a 1ª Etapa do circuito Cultura Urbana 2014
Próximo artigoBárbaro e Nosso! Por: José Ribamar Mitoso

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui