
Um mês depois de baixada a poeira das eleições, posse e fim dos disse-que-me-disse sobre rombos ou não na economia do Estado, eis que aparece a primeira manifestação sobre decisões na formação das chapas majoritárias, que concorreram a eleição suplementar no Amazonas.
O primeiro foi o advogado Marcelo Ramos (PR), ex-candidato a vice na chapa do senador Eduardo Braga (PMDB) derrotado nas urnas pelo atual governador Amazonino Mendes (PDT).
Marcelo era líder nas pesquisas de intenção de votos no período que antecedeu as escolhas das chapas majoritárias que viriam concorrer as eleições suplementares, mas não tinha o apoio do “dono” do seu partido, o deputado Alfredo Nascimento (PR), que por sua vez tinha um acordo com o senador Omar Aziz (PSD), que queria indicar Marcelo para vice de Amazonino e não de Eduardo Braga (PMDB).

Nesse período, Amazonino ainda não tinha aparecido na mídia como pretenso candidato ao governo, por indicação do senador. Ainda acreditava-se que Omar indicaria o presidente da Assembléia Legislativa (Aleam), David Almeida (PSD), do seu partido, outro jovem e dinâmico político que não teve candidatura avalizada pelo cacique do PSD.
Mas o bote já estava armado. Mesmo com Marcelo se recusando a ser Vice de Amazonino e buscando escapar para outras composições, não foi possível pelo estado de comprometimento entre os velhos e contumazes caciques, que se juntam a cada nova ameaça de perda da hegemonia.
Nesse intervalo, Marcelo conversou com David Almeida, que já estava confirmado governador com a cassação sumária de José Melo (Pros). De David, Marcelo aceitava ser vice, mas, mais uma vez, o dono do PR não concordou, porque ele tinha uma conversa em paralelo com Eduardo Braga (PMDB) e a suposta garantia de que iria ter uma chance de ganhar uma vaga no senado nas eleições de 2018.
Diante do acordo entre senador e deputado, Marcelo se viu sem chance de ser cabeça de chapa e temeu pelo vácuo político que viria a seguir. Foi quando, por imposição e sem opção, aceitou ser Vice de Eduardo Braga, mesmo sabendo da dificuldade em desfazer o conceito negativo que havia traçado para o senador, nas eleições municipais de 2014.
Realinhando-se
Baixado a poeira, Marcelo se prepara para realinhar à postura política de oposição e juntar-se aos novos em uma ”empreitada geracional” na política amazonense. O que vem por aí? Provavelmente um Blocão de Jovens políticos na faixa etária dos 45 anos. Única forma de transformar a velha e desgastada política dos caciques em modelo empreendedor, dinâmico, sem escândalos policiais. Um novo modelo a ser seguido pela nova geração ascendente.
Até porque, os velhos e cansados políticos estão todos conversando, buscando uma forma de acomodar todos eles nos cargos nas eleições gerais de 2018. Estão articulando a permanência do grande curral eleitoral que é o Amazonas, mesmo estando todos (tira-se aí o governador Amazonino Mendes) comprometidos com a justiça e embolados em operações da Polícia Federal e outros.