
O fenômeno, em estágio avançado na região sudeste da floresta, foi detectado em estudo que ganhou destaque na revista científica “Nature”. Resultado de desmatamento e outras formas de degradação, ele compromete a capacidade do bioma para exercer uma de suas funções essenciais no planeta: funcionar como filtro do dióxido de carbono, principal vilão do efeito estufa.
Renata Lo Prete entrevista, dois convidados que enxergam o Brasil “na contramão do mundo”. Um deles é Paulo Artaxo, professor da USP e integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU.
Segundo o físico, trata-se de “um tiro no pé” porque, nessa batida, até o agronegócio terá dificuldades para se sustentar, por escassez de chuvas. Ele discute qual seria o ponto de não-retorno da destruição da Amazônia, e recomenda “não testar esse precipício”.
O jornalista Jorge Caldeira analisa o cerco internacional que se fecha. “Se o Brasil não se mexer depressa, será punido”, diz ele, comentando editorial do jornal britânico “Financial Times” que conclama investidores a reduzir suas posições no país. “Vai virar uma espécie de Irã, com embargos por questões ambientais”.
Apesar desse diagnóstico, Caldeira enxerga avanços à margem da política oficial, especialmente na área de energia. “Somos o país que mais tem a ganhar com a economia de carbono neutro”, diz o autor do livro “Brasil: Paraíso Restaurável”.
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