
Amor de mãe é o único que não tem vergonha de ser absolutamente incondicional. O único amor que sobrevive intacto à indiferença, ao descaso e à traição, simplesmente porque estando acima dessas miudezas da alma humana, nunca será de fato ameaçado por elas.Ofenda a sua mãe e ela soluçará como uma namorada, mas quando as lágrimas secarem, ela já estará se sentindo um pouco culpada pelo desamor do filho e buscando um jeito de reconquistá-lo.Esse é o amor padrão da imensa maioria das mães, que idolatram filhos imperfeitos e explicam atitudes inexplicáveis, e são capazes de dar a vida pelos seus filhotes medíocres mas maravilhosos.
Mesmo sendo pai, acredito que ser mãe é ficar emocionada com os movimentos anárquicos daquele corpúsculo disforme na ecografia e depois chorar de pura emoção ao receber aquele anteprojeto gosmento e mal acabado, de cara torta e assustada, e tão lindinho!Ser mãe é dobrar com carinho as suas roupas de recém nascido e se estremecer ao lembrar o inesquecível cheiro de bebê que você um dia teve no pescoço, não importa quanto tempo já tenha passado.
Ser mãe é não pregar o olho nas infindáveis madrugadas, e depois fingir que dorme placidamente quando você finalmente retorna, barulhento e despreocupado. Ser mãe é perceber a tristeza do filho por trás do sorriso disfarçado e intuir que alguma coisa está errada quando o machão independente reaparece com cara de filho extremado. Ser mãe é sublimar o ranço ciumento da nora ou genro para manter o rebento por perto, e suportar em silêncio a repetição dos erros que ela própria cometeu, para não parecer intrometida.
Ser mãe é doar um órgão para salvar o filho doente, e ser operada, e não usar nenhum analgésico, como se a queixa de dor pudesse minimizar o tamanho do seu gesto. Ser mãe é oferecer um pulmão inteiro para tentar recuperar o filho ou a filhota linda, e, ao ser informada que isso não seria possível porque colocaria em risco a sua própria vida, perguntar: “E viver para que, sem meu filho?”Ser mãe é ser capaz de tudo isso e ainda ter que suportar a ironia dos engraçadinhos que parecem se divertir sugerindo que gostam mais do pai.
Nesse mundo de generosidade ameaçadas, que tal fazer do Dia das Mães uma homenagem ao amor incondicional? Diga isso à sua mãe neste 11 de maio e receberá dela um sorriso que só uma mãe sabe sorrir. E, quando ela te abraçar agradecida, tenha a certeza que a alegria que ela estará sentindo se misturará generosamente com o doce perdão pela sua derrota em perceber a incondicionalidade do seu amor de mãe. Se não confiar no discurso, leve também um presentinho, com o doce perdão pela sua derrota em perceber a incondicionalidade do seu amor de mãe. Dedico este artigo a todas as mães, e em especial á minha Iolanda Lauria (Nanda).