
Feriados e final de semana foram feitos para as pessoas se livrarem do stress do trabalho, da semana corrida, dos estudos, passear com a família, não é? Teoricamente sim, mas isso se as pessoas não dependerem de ônibus, pois, se tiver que pegar transporte coletivo em Manaus, que já não é bom durante a semana, vai ter que remar muito, pois ele piora ainda mais nos dias destinados aos momentos de lazer.
Em algumas linhas, como a 610 que tem cinco ônibus para atender a demanda diária (no bairro de Petrópolis, zona Centro-Sul de Manaus), nos feriados e nos sábados, esse número cai para menos 60% e, aos domingos, apenas um ônibus circula nessa linha, fazendo com que os usuários esperem até 02 horas, pelo mesmo. E, não há a quem reclamar…
No Lírio do Vale I, Zona Oeste de Manaus, a linha 216 se tiver dois ônibus atendendo os usuários, é muito. Os passageiros andam espremidos ou tem que se deslocar, a pé, para outras avenidas se quiserem pegar um ônibus mais ou menos vazio para os seus destinos.
Pior, é a linha 120 e 641, que atendem o maior ponto de lazer de todo o Amazonas, o Calçadão e a praia da Ponta Negra. Os ônibus dessa linha, além de sucateados, mais parecem uma lata de sardinha “atupetada” de gente.
No Zumbi, Zona Leste, a linha 088, que já não é boa durante a semana, piora drasticamente e há quem espere entre uma hora e meia a duas horas nas paradas lotadas e mal cheirosas. O mesmo acontece com as linhas 535, 672 e demais que atendem a Zona Norte.
No caso de linhas que circulam de uma zona para a outra, como a 450, 482, 001, 002 e 010, o procedimento das empresas é o mesmo: retiram ônibus de circulação, sempre nos finais de semana e feriados, quando o volume de pessoas em direção às áreas de lazer, é muito volumoso.

O que diz o empresário dos Transportes
A alegação dos empresários é bastante simples: não tem demanda que justifique manter o mesmo número de ônibus, pois os estudantes não vão à escola e a maioria dos trabalhadores não utilizam os coletivos para se deslocar.
Ao que parece, os donos dos ônibus devem imaginar, que a maioria da população tenha carro próprio e o restante dos usuários podem se espremer à vontade dentro dos poucos ônibus disponibilizados, que eles pouco se importam.

É visível o estado de abandono pelo qual passa os transportes coletivos de Manaus. Pior é a desfaçatez com que o prefeito da cidade, trata o assunto. Para ele, os transportes coletivos se resumem em uma “faixa azul” pintada em duas avenidas importantes de Manaus, que só tem trazido problemas, engarrafamentos e mortes.
E o SMTU o que diz?
NADA!
Não fiscaliza, não pune e por isso sequer tem controle sobre quantos passageiros realmente utilizam as linhas no final de semana e, muito menos nos dias úteis da semana. Planilha, então, serve apenas para os empresários avaliarem os seus altos lucros, às vistas grossas dos gestores municipais.
Se fosse ao contrário, os empresários já teriam apresentado as suas planilhas nas várias audiências públicas requeridas por vereadores, na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Mas, como não existe seriedade, ou, simplesmente, interesses que envolvem a caixa preta dos transportes de tal maneira, que nem o Ministério Público conseguiu desvendar o mistério.
Na berlinda, o SMTU apenas mantém seu pessoal no acompanhamento das corridas e eventos de instituições públicas e privadas, que se realizam nos finais de semana, tumultuando ainda mais o combalido trânsito da capital.
