Setor de Fitofármacos do AM aposta em sua tecnologia para conquistar mercado

Plenária debate a a expansão do setor/Foto: Vitor Souza

Copaíba, mastruz, jaborandi e cipó tuíra são apenas algumas das 55 mil espécies de produtos naturais abundantes na biodiversidade da região que estão no centro de uma indústria poderosa, a de fitofármacos e fitoterápicos, com aplicação em antibióticos, analgésicos, remédios para doenças como Aids e câncer, que movimenta, somente no Brasil, US$ 1 bilhão/ano. No Amazonas, a tarefa para desenvolver esse setor é fortalecer os Arranjos Produtos Locais (APL), estimular novas tecnologias e padronizar o processamento de matérias-primas, entre outras alternativas. Essas foram as propostas lançadas ontem (26), durante a quinta rodada de discussões das Jornadas de Desenvolvimento, em realização em Manaus.
Segundo o diretor de ações estratégicas da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplancti), André Luis Willerding, das 30 mil espécies catalogadas na Amazônia, 2 mil são espécies medicinais e 1.250 são espécies aromáticas. Dessas, somente 2% foram analisadas. Para reverter esse quadro, Willerding aponta como desafio a aplicação de tecnologia e esforço para o desenvolvimento de produtos terapêuticos oriundos de insumos e matéria-prima florestais. “Temos a faca e o queijo na mão”, resumiu o pesquisador ao dimensionar o potencial do Estado.


Há todo um trabalho, também, de esclarecimento da população, destacou Willerding. Apenas 10% das pessoas consomem produtos fitoterápicos ou tem conhecimento dos benefícios desse tipo de medicação. Outro entrave é a baixa prescrição médica desses compostos terapêuticos. Será preciso definir um modelo de governança que garanta ecossistemas de inovação, investimentos estratégicos na capacitação de recursos humanos e cooperação técnica e políticas públicas para a produção de  conhecimento, defende o pesquisador.

O encontro  que tratou de Fitofármacos foi aberto pelo secretário executivo de Desenvolvimento da Seplancti Nivaldo Mendonça, que enfatizou a necessidade de alinhar as ideias acerca do desenvolvimento de bionegócios na região. “Por isso estamos ouvindo pesquisadores, empresários e demais agentes de cada setor”, explicou o secretário.

Matriz econômica

As Jornadas de Desenvolvimento têm como tarefa definir ações para a diversificação da economia dentro de uma nova Matriz Econômica Ambiental para o Estado do Amazonas, incluindo a economia dos recursos naturais, além do modelo Zona Franca.

Grupos de trabalho temáticos estão formulando propostas de construção de eixos de desenvolvimento em oito setores prioritários: aquicultura e piscicultura, fruticultura, produtos florestais madeireiros e cosméticos. Também serão debatidas propostas para as áreas de fármacos, turismo, energia e minérios, logística e comunicação.

A realização das Jornadas de Desenvolvimento são um desdobramento do Fórum Matriz Econômica Ambiental, realizado pelo Governo do Estado, no início de março, no Amazônia Golf Resort, na Rodovia AM-010 (Manaus – Itacoatiara), com a participação de embaixadores e diplomatas de dez países, pesquisadores e ambientalistas. Esse Fórum, por sua vez, foi resultado das discussões travadas durante a participação da delegação do Amazonas na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 21), em Paris (França), no ano passado.

As Jornadas de Desenvolvimento estão sendo organizadas pelas Secretarias de Estado de Planejamento (Seplan-CTI), de Produção (Sepror) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas).

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