É certo que não conhecemos o ex-governador, José Melo, como provavelmente deveríamos conhecer. Sei que ele é ciente de si mesmo, tem experiência acumulada, capacidade de articulação e amigos declarados, anunciados e outros ainda esperando a hora de se manifestar, mas para serem realmente úteis a ele, nessa volta à vida pública, precisam entender como ele está sedimentando a construção do seu quase certo mandato de deputado estadual.
É certo que ao longo da carreira e pelos cargos que ocupou ele formou uma teia de relacionamentos, grande e eficiente em todo o Estado, uma verdadeira máquina que soube utilizar com muita competência e maestria na sua eleição para governador. Mas é certo, também, que ele pôde fazer isso porque estava no poder, do qual está afastado há cerca de cinco anos.
Em 2022 ele enfrentará desafios bem diferentes daqueles que enfrentou na eleição para governador, quando tinha o controle total da máquina governamental, articulação e convencimento de prefeitos e outras lideranças municipais, em razão da capacidade que a máquina administrativa tem, além de ter disputado o cargo, enfrentando candidatos ditos fortes, mas desgastados ante a opinião pública.
Em 2022 ele terá que superar o estigma da cassação de mandato junto ao eleitorado, terá que modelar um discurso com muita serenidade, com propostas voltadas para as camadas sociais descrentes de um modelo econômico salvador, terá que encarar uma disputa com centenas de candidatos por 24 vagas e, além de tudo, terá que fazer isso fora do núcleo do poder estadual, sem dispor das estruturas que antes não só dispunha como tinha total conhecimento no passado.
É claro que a formatação da sua campanha será feita por ele mesmo e, a coordenação geral será dele e da esposa Edilene Oliveira, pois ela tem um enorme know-how nesse campo. E com certeza eles têm um staff para isso.
Ele, certamente, se reinventará!
Da redação com George Cúrcio e Osmir Medeiros
