
O casal Sebastiana Sousa, de 29 anos, e Antônio Mendonça, de 39, levou os móveis e os filhos, de 5, 3 e 1 ano, além de um bebê de 29 dias, e acampou por cerca de meia hora, nesta quinta-feira (28), na Rua Rui Barbosa, em frente à sede da Prefeitura de Rio Branco. Segundo eles, a ação foi motivada pelo desespero, já que eles correm risco de ser despejados.
Há um ano e seis meses a família vive em um apartamento de três cômodos, um quarto, banheiro e um espaço que funciona como sala e cozinha. O aluguel do espaço é R$ 630, mas como Mendonça faz manutenção no local, a dona cobra apenas R$ 400, que ele paga com o lucro que obtém como vendedor ambulante.
Porém, com o último aluguel prestes a vencer e sem recursos até mesmo para se alimentar, a família ficou com medo. “Foi um ato de desespero. Imagina chegar em casa e ver uma criança acordar com fome e não ter como alimentar ela porque o dinheiro que ganhei na rua foi para pagar as pessoas que eu devia. Eu tenho saúde para trabalhar, mas hoje [quinta-feira, 28] nem comida dentro de casa eu tinha”, conta.
Ele conta ainda, que já fez cadastro em 2009, 2014, 2015 e 2016 para conseguir uma casa através de programas habitacionais do governo. Porém, desde então nada foi resolvido.
“Visito a Sehab ao menos duas vezes por mês e sempre me dizem para voltar depois. Não é para mim, é para essas crianças. Eu precisava ao menos de aluguel social”, lamenta.
Ato sensibiliza trabalhadores da prefeitura
O protesto sensibilizou os servidores da prefeitura, que se juntaram e compraram dois sacolões, um botijão gás e entregaram dinheiro para que ele possa pagar o aluguel do mês. “Agora no mês que vem eu não sei o que vai acontecer”, especula.
De acordo com a prefeitura, uma assistente social foi designada para acompanhar o caso da família e providenciar para que eles possam ingressar no programa Bolsa Família. Além disso, a prefeitura se comprometeu a mediar junto à Secretaria de Habitação do Acre (Sehab) a atualização do cadastro deles nos programas habitacionais.
Ao Site , a Secretaria de Habitação do Acre (Sehab) informou, por meio da assessoria, que vai analisar os dados para saber se a família atende aos critérios, qual prioridade eles se encaixam e dar o encaminhamento necessário.
(Jornal Floripa)