Amor Possessivo: insegurança ou doença? – por Garcia Neto

Ciúme, o Inferno do Amor Possessivo.
Ciúme, o Inferno do Amor Possessivo.

Nada justifica a violência que milhares de mulheres sofrem no mundo inteiro. Esse comportamento deriva-se da falta de compromisso das autoridades e das próprias vítimas e, sobretudo, o medo de denunciar tornou essa prática tão comum nas sociedades marcadas por uma conduta machista.
A violência contra a mulher se define por todo ato que possa resultar em dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico, resultado de ameaças, coação ou privação de liberdade, violência doméstica e qualquer outro tipo de ação.


Pode-se considerar o ciúme a característica comum ou até normal em qualquer relacionamento, mas perde toda essa particularidade no momento em que se torna obsessivo por um dos parceiros quando acometido por um tipo de distúrbio que caracterize sintoma de personalidade obsessiva compulsiva.

Sua obsessão crescente torna-se loucura, que termina em uma tragédia anunciada.
Sua obsessão crescente torna-se loucura, que termina em uma tragédia anunciada.

Qualquer ser humano quer amar e ser amado e, maioria sonha com um relacionamento que envolva amor, respeito e companheirismo. Grande parte dos homens envolvidos na relação a dois apresenta algum tipo de afecção de transtorno possessivo e isto pode ultrapassar os limites da tolerância comprometendo a relação.

Este tipo de distúrbio manifesta uma diversidade de contextos que se inicia ainda na adolescência. No entanto, alguns sinais e sintomas podem detectar se seu parceiro ou parceira é uma pessoa possessiva. Se providência deixar de ser tomada, o estágio desse transtorno pode avançar até você (ele ou ela) apresentar dificuldades em incorporar novas informações e mudanças em suas vidas.

Nos primeiros momentos da relação os sinais de ciúmes passam despercebidos porque todo começo prevalece um encantamento natural. Só depois de se conhecerem um pouco mais é que será possível detectar estes sinais, que começam a ficar mais evidentes. Mas a verdade da certeza de si mesma vem mais tarde, na convivência do dia-a-dia, nos encontros sociais com amigos, em almoços, jantares, balneários e praias.

Os primeiros sintomas geralmente começam pela insatisfação do parceiro quando vê sua amada usando peça do vestuário que ele entenda inadequada. Pede para trocar por outra mais discreta. Ou mostra-se inconformado quando a parceira fala com um amigo, com um colega de trabalho ou de estudo, daí o ensaio para as primeiras brigas, mostra-se bravo por tudo o que ela faz e a situação tende a piorar.

A intolerância é tamanha no momento em que ele se mostra constrangido com elogios a ela; começa a falar mal de suas amigas; não tira os olhos dela quando ela fala com outras pessoas. Em reuniões ou em festas, os olhos dele não desgrudam dela, é quando ele resolve controlar todos seus movimentos, especialmente quando ela fala com outras pessoas. Chega até a fazer chantagem emocional para manter-se proprietário da mulher já vitimada.

Pesquisas informam que entre 10 mulheres 8 já sofreram ou sofrem agressões de seus parceiros ou do ex. Maioria da população acredita que educação e mudança de comportamentos são os melhores remédios para combater a violência contra a mulher. Especialistas acreditam que só com uma conversa franca ou tratamento psicológico a relação pode ser redefinida.

Enquanto esse mal não for combatido com austeridade pela própria vítima, com ajuda de vizinhos e amigos, as seqüelas vão muito além das desculpas de quedas e batidas para explicar sinais físicos evidentes ou mudança de comportamento indicar, também, violência psicológica. É óbvio que a mulher que decide romper um relacionamento violento também está rompendo com uma série de sonhos e expectativas em relação aos sonhados casamento e família.

Enfim, o que se pretende aqui é que a mulher acredite em si mesma e rompa o silêncio, fale sem medo, denuncie seu agressor, para por fim a esse machismo besta, perverso e doentio que gera repercussões significativas à saúde física e psíquica da mulher. E as seqüelas são dores de cabeça constantes, aumento da pressão arterial, depressão e dificuldades para dormir.
amor

Enfim, nada justifica nenhum homem, por qualquer motivo, maltratar, agredir, ameaçar ou insultar a mulher.

* Garcia Neto é professor e jornalista – P.S. Artigo publicado em 13 de fevereiro de 2013

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