Apertem os cintos, a poupança deve atingir o setor imobiliário

Um fantasma ronda o Brasil e vai atingir a todos. Trata-se da retirada dos valores da caderneta de poupança disponíveis para investimentos no setor imobiliário. A Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança – ABCIP e o Banco Central estimam que esses recursos vão se esgotar no primeiro semestre de 2016.


 

De janeiro a maio de 2015 foram retirados 32,3 bilhões de reais. Por trás disso está a ameaça de confisco, que o Brasil já viveu no governo Collor, a baixa atratividade (gera 7% ao ano), em uma inflação atual de 8,17%. Há perda no investimento. Alguns setores já trabalham com uma inflação a 10%, com piora do nível de desemprego, que já vai ultrapassando os 8%.

 

Claro que a ameaça de confisco é também uma estratégia política de setores oportunistas da oposição, mas os outros dados são bem reais.

 

Então, adeus sonho da casa própria para milhões de brasileiros. O lado menos tenebroso da situação: quem tiver recursos poderá comprar imóveis disponíveis mais baratos, depois da explosão de ofertas. O quer dizer, imóveis usados. Novos, na planta, estão caindo.

 

Iranduba, na região metropolitana de Manaus, palco de uma explosão imobiliária nos últimos três anos, pode comprometer os planos das pequenas construtoras e de corretores de imóveis.

 

Mas não é apenas os pequenos negócios os atingidos nesse tsunami. O setor imobiliário já sente os efeitos da redução do crédito, da inflação, da estagnação econômica. Das 13 grandes incorporadoras do Brasil, aquelas com potencial de investir mais de R$ 100 milhões no mercado, não saiu nenhum lançamento novo. Puxaram o freio de mão.

 

Isso não se repetia desde 2008. Essas grandes incorporadoras estão vendendo seus estoques, mas isso não garante sustentabilidade. Imagine agora a situação de médias e pequenas construtoras pelo Brasil. O boom imobiliário de Manaus entra nessa contabilidade.

 

Lembrando que na China o setor imobiliário já vem apresentando problemas, e se a China continuar nessa perspectiva, nós teremos problemas maiores. Muitas construtoras migram para o setor de tecnologia da informação, assim, rapidamente, gerando uma bolha de ofertas e altas, que não irão se sustentar.

 

 

Carlos Melchizedek, desenvolvedor de negócios, jornalista, Msc em Engenharia de Produção

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