
Era uma vez um castelo no meio da floresta amazônica, que hospedou reis, a rainha Silvia da Suécia, príncipes, princesas, presidentes e até o homem mais rico do mundo, Bill Gates.
O lugar em meio às belezas da fauna e flora mais exuberante do planeta e eleito uma das 7ª Maravilhas do mundo, segundo a revista americana NewsWeek, hoje mostra um triste cenário de abandono e destruição, visto às margens do Rio Negro, no Amazonas.
Francisco Rita Bernardino, criador do complexo ecoturístico Ariau Amazon Towers, da história e do sonho de divulgar a Amazônia para preservar a floresta nativa, findou por ver seu projeto virar um crime ambiental. O majestoso Castelo Ariaú de tempos atrás, hoje em ruínas, virou um amontoado de concreto armado e madeira apodrecida, espalhados pela areia da praia e floresta do entorno.

O descaso e falta de visão de um projeto gigantesco, no entanto, é creditado à empresa River Jungle Hotel e, aos órgãos ambientais do Estado do Amazonas, que fecharam os olhos para a degradação ambiental.
História
Mesmo sem receber o apoio do governo do Amazonas, o Hotel Ariaú foi o maior divulgador do Amazonas nas feiras internacionais de turismo, trazendo recursos e gerando mais de 400 empregos direto e indiretos. A história do visionário Rita Bernardino, no entanto, afunilou-se para um destino triste e sem possibilidade de dar continuidade a um novo episódio.
Ritta Bernadino inaugurou o Ariau Amazon Towers em meados de 1986, para divulgar a Amazônia aos olhos do Mundo. Com uma estrutura de 66 hectares, com passarelas de 8 quilômetros e 15 metros de altura em palafitas, nos rios amazônicos e 288 quartos, o Ariaú Amazon Tower tornou-se o ponto turístico predileto de artistas nacionais e internacionais.

Entre as visitas na década de 90, o lugar hospedou o ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, o oceanógrafo francês Jacques Cousteuau, o bilionário Bill Gates, os atores Jon Voight, Jennifer Lopez, Kevin Costner, Susan Sarandon e rainhas como a Sofia da Espanha, Beatriz de países baixos, a banda Scorpions e entre muitas celebridades no imenso castelo às margens do Rio Negro.
Nos pratos servidos entre os espaços rústicos e exóticos, peixes regionais, muitas frutas amazônicas e também a venda de muito artesanato local, produzidos com sementes amazônicas como Açaí, tucum, palhas, Jarinas e muitas outras obras primas tiradas da natureza. Um lugar para todo e qualquer visitante apreciar a verdadeira essência da Amazônia.

A destruição
Como em todos os impérios, reis e rainhas guerreiam por dotes e riquezas, muitas vezes sem medir as consequências dos seus atos, no reinado de Rita Bernardino, também, o lugar antes visto como um castelo do ‘ouro verde’, tornou-se uma floresta de dívidas e brigas judiciais entre familiares e herdeiros do trono. O Palácio fechou os portões em 2015 e foi abandonado em seguida, sendo posteriormente penhorado pela justiça para quitar dívidas.

Morador solitário
Solitário, Sebastião Gomes, ex funcionário, é o único que ainda mora no local. O lugar, que antes virou notícia em muitos jornais, hoje não passa de um terreno com resto de concreto e madeira fincados entre o rio e a floresta.
Chama a atenção, a total descaracterização do que antes reluzia às vistas dos visitantes. Nessa história de final infeliz, os reis e rainhas devem guardar tão somente os registros dos bons momentos, do apogeu do castelo que ruiu, literalmente, no coração e mente da floresta Amazônica.