Armas dos EUA impulsionam escalada da violência na América Latina

Foto: Recorte

A América Latina e o Caribe enfrentam uma crise persistente de violência armada, concentrando cerca de 1/3 dos homicídios do mundo, embora representem apenas 8% da população global. De acordo com dados da ONU (UNODC), mais de 500 mil pessoas são assassinadas por ano no planeta — uma parte significativa dessas mortes ocorre na região latino-americana.


Um estudo recente do Instituto Igarapé, conduzido pelos pesquisadores Robert Muggah e Katherine Aguirre, aponta que mais de 70% das armas de fogo utilizadas em homicídios na América Latina têm origem nos Estados Unidos. Entre os armamentos identificados estão pistolas, fuzis militares, carabinas de precisão e até metralhadoras.

A violência está intimamente ligada à atuação de grupos criminosos organizados, ao tráfico de drogas e às milícias armadas, com forte presença em países como Brasil, México, Colômbia e Haiti. A ONU estima que mais da metade dos assassinatos na região estejam diretamente associados a essas organizações.

Outros dados preocupantes do estudo incluem:

67% dos homicídios na América Latina são cometidos com armas de fogo, em contraste com a média global de 40%;

Entre 2018 e 2023, 75% das armas apreendidas no Caribe eram originárias dos Estados Unidos, sobretudo dos estados da Flórida, Nova York e Virgínia;

Em determinados países, até 90% das armas usadas em assassinatos têm origem americana.

Especialistas apontam que a facilidade de acesso e a falta de controle mais rígido sobre a exportação de armamentos nos EUA contribuem diretamente para a proliferação da violência na América Latina. O relatório reforça a necessidade urgente de cooperação internacional para frear o fluxo ilegal de armas e reduzir os índices alarmantes de homicídios na região.

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