Bailarina catarinense expressa no corpo a reflexão política sobre a violência social

Bailarina Elisa Smithed se apresenta, em Manaus
Bailarina Elisa Smithed se apresenta, em Manaus
Bailarina Elisa Schmidt se apresenta, em Manaus

“Eu gostaria de denunciar coisas muito bizarras…”, inicia a conversa Elisa Schmidt. Com argila, tinta e pó a bailarina desenrola no palco uma performance que cria e recria faces para o rosto e criaturas para o corpo.  “Entre o humano, o animal e o maquínico, o solo, configura uma dança em permanente processo, atrelada à mutação de formas”, explica ela.

Depois de estrear em Florianópolis em 2013, o trabalho segue turnê em setembro com primeira parada em Manaus, nos dias 12 e 13, às 20h, no Teatro SESC, e percorre mais quatro cidades: Palmas (20 e 21 de setembro), Boa Vista (25 e 26 de outubro), Belém (30 e 31 de outubro) e encerra em Porto Velho (15 e 16 de novembro).


A pesquisa em interfaces entre a dança e a desfiguração iniciou em 2009, partindo dos estudos das obras de Olivier De Sagazan, artistas e performer radicado na França. Elisa, que na época se dedicava ao mestrado em artes cênicas,  esteve por lá há três anos, onde conheceu a técnica e a incluiu no seu processo investigativo. “’É uma busca pela própria identidade com o uso da argila usada em um processo inacabado, como uma estratégia de decomposição e refiguração. A performance tem vida própria em cena, mostra de certa forma a própria angústia de não conseguir ser, bate numa realidade burocrática congelada”, conta.

Em Entre Terra, a intérprete vasculha rastros de obscuridade da violência social e as reinscreve em cena, propondo um intervalo à ordem sancionada. A ação consiste na revelação do trauma, das deformidades, expondo uma face sombria humana, recorrente em uma história de dominações totalitárias. O trabalho foi contemplado pelo edital Funarte Petrobras de dança Klauss Vianna 2012 e Prêmio Funarte de dança Klauss Vianna 2013. O trabalho de Elisa circula, no segundo semestre, pelas cidades Belém, Manaus, Palmas, Boa Vista e Porto Velho.
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A programação é gratuita.​

Além das apresentações tem oficinas

Cada cidade visitada ainda receberá a oficina Experiências em Desfiguração conduzida pela bailarina Elisa Schmidt. A proposta é explorar os territórios cruzados da dança, a performance, as artes visuais e o teatro, através da investigação do contato da argila com o corpo e rosto. Os parâmetros de pesquisa envolvem identidade e ritual introduzidos por estratégias de composição de faces para o rosto e esculturas com o corpo. Cria-se uma atmosfera limiar entre a performatividade e o ritual, na qual a desfiguração desestabiliza a figura padrão do cidadão para fazê-lo experienciar outras percepções e sentidos, como o tato. São 10 vagas disponíveis e os interessados devem enviar inscrições com carta de intenções para o email: [email protected]

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