
A edição do Boi Manaus de 2016 não deve sofrer mudanças significativas, em relação a do ano passado, exceto alguma na alteração quanto à venda ou não de tururis, assunto que será motivo de novas discussões, mas, um retorno ao sambódromo, como defendem alguns artistas, compositores e torcidas dos bumbás Garantido e Caprichoso, neste momento, está descartada, por se tratar de um espaço com alto custo de uso, o suficiente para manter a realização da festa na avenida Itaúba e na Ponta Negra.
Estas informações foram prestada, ontem (12), pelo diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Bernardo Monteiro de Paula, durante a Audiência Pública da Comissão de Cultura e Patrimônio Histórico da Câmara Municipal de Manaus (CMM), convocada pelo vereador Arlindo Júnior (PROS), com a finalidade de debater a descentralização da programação e o formato do evento feito como parte dos festejos comemorativos ao aniversário da cidade.
“Não há qualquer questão fechada, uma vez que o atual momento de crise econômica impõe que se reveja situações, faça adequações, porque a festa é um evento turístico e, nesta condição, deve ser cada vez mais qualificada e forte”, observou Bernardo, esclarecendo que o poder público municipal não pode, por conta própria, remunerar os cantores que se apresentam. Para isso, a Prefeitura de Manaus busca patrocínios.
CMM Grande festa
Ele previu que a festa deste ano será uma das melhores e, praticamente, descartou o retorno da programação ao Centro de Convenções de Manaus (sambódromo) e no formato trio elétrico como defendem alguns representantes do segmento artístico. E explicou que as feirinhas do tururi devem dar lugar aos “esquentas” nos fins de semana que antecedem a festa, enquanto os artistas serão contratados para cobrir a programação nos dois circuitos, zona Leste e Ponta Negra.
Mas, acenou com a possibilidade de novas reuniões com a participação da Manauscult, Câmara Municipal, compositores, artistas e torcidas dos bumbas. “Na condição de produto turístico, o Boi Manaus ser dinâmico. É preciso pensarmos sempre na sua preservação e expansão”, disse Monteiro de Paula.
Representante do Movimento Bumbá Mania, Helen Veras, propôs que se promovam mais discussões, com o objetivo de definir uma nova roupagem para festa bovina do mês de outubro.
Alex Pontes mencionou uma enquete feita entre os artistas, na qual a maioria deles quer a volta ao sambódromo. Ele reconheceu que o poder público está às voltas com a carência de recursos financeiros e, ainda, lamentou que o momento político muitas vezes impeça o cidadão de se manifestar como um parceiro do Estado e do Município.
CMM
Seminário
Os cantores Carlinhos do Boi e Renato Freitas destacaram a iniciativa do vereador Arlindo Júnior e o compromisso da Comissão de Cultura e Patrimônio Histórico da Câmara Municipal de Manaus. “Essa Audiência Pública já é uma vitória”, disse Carlinhos. Segundo ele, a cidade teve perdas financeiras com o fim da feirinha do tururi, e sustentou que o formato atual da festa é desfavorável aos artistas que representam os bumbás.
Rivaldo Pereira cobrou das autoridades promotoras da festa a adoção de medidas meditas, no sentido de devolver o êxito que ela teve em um passado recente. Ele sugeriu um seminário para apresentação de propostas, disse que a descentralização da festa em dois locais diferentes deve ser adequado, a fim de que o boi bumbá não perca a sua essência.
Também participaram da Audiência Pública, que aconteceu no Plenário Adriano Jorge, Nicolas Cabral (Amazonastur); José Cardoso (Manauscult); os cantores Mailzon Mendes, Fabiano Neves, Edilson Santana, além de vários compositores e torcedores de Garantido e Caprichoso.