
Nesta quinta-feira (5), a Amazonas Filarmônica faz uma viagem sonora entre dois países. O Brasil do século 20 e a Alemanha do século 19 será o destino da orquestra em concerto da Série Guaraná XIV. O espetáculo, uma realização da Secretaria de Estado de Cultura, acontece a partir das 20h, com ingressos à venda na bilheteria do Teatro Amazonas.
Sob a condução do maestro Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico e regente titular da orquestra, a Filarmônica interpreta três obras consagradas no mundo inteiro: a Sinfonia No. 5 em Dó Menor, do alemão Ludwig van Beethoven; Canto de Amor e Paz e Ponteio, do amazonense Claudio Santoro, que dá nome ao Teatro Nacional de Brasília (DF).
Obras – Canto de Amor e Paz foi composta em 1951, enquanto Claudio Santoro trabalhava na Rádio Tupi. Estreou no mesmo ano com a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), sob regência de Eleazar de Carvalho. A música recebeu do Conselho Mundial da Paz, em Viena, o Prêmio da Paz do ano de 1952. No mesmo ano, também é executada em Salzburgo, na Áustria, e nos Festivais de Maio em Praga, na antiga Tchecoslováquia.
Escrita para orquestra de cordas, a peça marca a importância que Santoro deu a uma linha melódica de conteúdo realista, inspirada em características marcantes da música popular brasileira, nas palavras do musicólogo Carlos Palombini, da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

A segunda obra do repertório do concerto é Ponteio. A peça estreou em 1954, também com a OSB, mas para o corpo amazonense, tem um significado completamente especial. Foi com ela que a Amazonas Filarmônica estreou em 18 de setembro de 1997, sob a regência do maestro Júlio Medaglia. O arranjo que será apresentado na quinta-feira também é de Medaglia, que foi o primeiro diretor artístico e regente da orquestra.
Já a Sinfonia No. 5 em Dó Menor, de Ludwig van Beethoven, é uma das peças mais conhecidas e ouvidas no mundo inteiro, principalmente por causa dos seus compassos iniciais, famosos pelo suspense que causam. Conhecida também como Sinfonia do Destino, foi composta entre os anos de 1804 e 1808, em quatro movimentos: allegro con brio, andante con moto – più mosso, scherzo allegro – trio – scherzo, e presto.
Regência – Luiz Fernando Malheiro é reconhecido como um dos principais nomes da ópera em todo o Brasil. É o diretor artístico da Amazonas Filarmônica e do Festival Amazonas de Ópera, que chegou à sua vigésima edição neste ano. Estudou Regência com Túlio Colaccioppo, no Brasil, e com Leonard Bernstein, em Roma.
Durante sua carreira, Malheiro foi o vencedor do Prêmio Carlos Gomes, nas categorias Regente de Ópera e Universo da Ópera. Já esteve à frente de diversas orquestras estrangeiras, como a Sinfônica de Roma, a Filarmônica do México, a Sinfônica de Porto Rico e a Sinfônica de Miami. Regeu também no Festival de Ópera de La Coruña, na Espanha. Em setembro, dirigiu a montagem da ópera La Fanciulla del West, de Giacomo Puccini, no Palacio de Bellas Artes, na Cidade do México.
No Brasil, esteve à frente da Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, e da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Recentemente, atuava como diretor artístico do Theatro São Pedro, em São Paulo, e como regente da Orquestra do Theatro São Pedro.
No Festival Amazonas de Ópera, regeu obras como Adriana Lecouvreur, de Francesco Cilèa; Tannhäuser eTristão e Isolda, de Richard Wagner; Onheama, de João Guilherme Ripper; Manon Lescaut, de Giacomo Puccini; e a tetralogia completa de O Anel do Nibelungo, também de Wagner, entre outras.