
Técnicas apuradas e combates de tirar o fôlego marcaram o 12º Campeonato Amazonense de Muay Thai, que ocorreu durante toda a tarde e noite deste sábado, dia 12, no Sport Bar, localizado na rua Rio Madeira, no conjunto Vieiralves, zona Centro-Sul da capital. Em cima do ringue, as disputas do naipe masculino e feminino revelaram aqueles que vão ao Campeonato Brasileiro, que acontece em setembro, no Rio de Janeiro. O evento recebeu apoio do Governo do Amazonas, via Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel).
Um dos primeiros a confirmar classificação no principal evento nacional da modalidade foi Davi Fernandes, que enfrentou Juan Pablo, pela categoria até 54,900, e venceu por decisão dividida dos árbitros. No primeiro round, prevaleceu a trocação e, no segundo, Davi se destacou ao encaixar algumas joelhadas e ganchos, que foram devolvidas pelo adversário com golpes na altura da cintura. Para o jovem de 17 anos, que iniciou há um ano na modalidade, o resultado foi um presente antecipado para o pai, André Maciel, que é faixa preta de Jiu-Jítsu.

“Eu comecei no Muay Thai por causa do meu pai, pois ele sempre me incentivou a praticar um esporte, um cara super dedicado, amigo e que me incentiva. Ele é faixa preta de Jiu-Jítsu e ele me ajuda muito nos treinos e mesmo não sendo a modalidade dele, ele gosta do que eu faço. Então, essa minha vitória é um presente para ele dos dias dos pais”, disse o atleta, que está no terceiro ano do ensino médio, da escola estadual Jorge Karam, que estreou em competições no Amazonense.
Para o pai coruja, que estava no corner de Davi, a conquista do filho representa orgulho à família. “Estou muito feliz, orgulhoso e emocionado em ver meu filho campeão. Foi uma luta dura, o adversário era bom, mas graças a Deus ele veio aqui com um objetivo e conseguiu alcança-lo. Apesar dele não ser do Jiu-Jítsu, faço questão de vivenciar tudo com ele, através do esporte que ele escolheu”, disse André com os olhos marejados.

Trabalhando bem os fundamentos técnicos, Erlick Souza protagonizou uma luta dura com Emanuel Pedra e venceu por decisão dividida. Apurados, pela categoria 57,900, a defesa dos dois atletas fizeram a diferença e cada golpe que entrava o público devolvia em palmas e gritos. Para Erlick, de 23 anos, o título representa um renascimento no esporte.
“Estou parado há dois anos do Muay Thai, sofri uma lesão no joelho esquerdo e machuquei a clavícula. Tive que batalhar muito para poder retornar e essa luta é um retorno ao esporte e graças a Deus o meu adversário sentiu minha mão. Agradeço tudo o que vem acontecendo e vou continuar sempre focado em melhorar e a vencer”, destacou o atleta da Team CT X-Fight, comandado pelo mestre Dindô.
Classe feminina
Quem também faturou o Estadual foi Jamyle Solarte,16, por decisão da maioria, após protagonizar um combate duro com Geovana Vieira. Com três rounds de dois minutos, as duas atletas mostraram boa preparação e não perderam o gás até os minutos finais.
No primeiro round prevaleceu os jabs e ganchos por parte de ambas, que estavam atentas a manter a guarda. No segundo, Jamyle conseguiu desferir uma boa sequência de socos, que surpreendeu a oponente, e na terceira etapa Geovana devolveu alguns chutes levando Jamyle para a lona, que logo se recuperou. Após o anúncio do resultado, a vencedora que tem mais de 10 lutas no currículo, comemorou a conquista da medalha com o técnico Nonato Silva.
“Eu iniciei no esporte com 15 anos, e tenho mais de 12 lutas. Sou veterana e participo de muitas competições, tanto aqui em Manaus quanto fora. Meu técnico Nonato e minha família sempre me apoiaram. Estou no segundo ano do ensino médio e meu sonho é continuar no esporte. Assim que eu terminar os estudos quero me formar em educação física e me especializar em Muay Thai. Meu objetivo é ser uma técnica renomada e poder formar atletas. Estou muito feliz com o resultado de hoje e agora vou focar ainda mais nos treinos”, disse a atleta.
Outra representante da classe feminina que fez bonito foi Giovana Torres, 21, que venceu por nocaute Fabiana Paula, pela categoria 61Kg. Desde final do primeiro round, a atleta já se mostrava superior. Enquanto a adversária dava sinais de cansaço, Giovana estava com todo gás e não parava de soltar a mão, com jabs, ganchos e também joelhadas. A oponente ainda conseguiu encaixar alguns golpes no segundo round, mas na terceira etapa foi encurralada pela jovem que tinha uma envergadura maior. No anúncio do resultado, enquanto Giovana erguia os braços de vitória, Fabiana estava sendo assistida pela equipe técnica, claramente abatida.

Desde janeiro praticando a modalidade, Giovana conta que essa foi sua primeira luta e considera que o bom resultado foi devido não somente a preparação física e técnica, mas também ao controle emocional. A jovem, que mais parece uma `mulher maravilha`, ainda divide sua rotina com o curso de Ciência da Computação e com outro esporte do coração, que é o Futebol Americano (atuando pela defesa), na modalidade Flag, sendo pentacampeã pelas Valkyrias.
“Estou muito satisfeita com o resultado hoje, pois foi muito esforço e sou feliz em fazer todos esses esportes e o meu curso de ciência da computação. Eu preciso dos meus esportes para ser uma profissional melhor, e ao mesmo tempo desmistifico para várias pessoas que coisas que parecem apenas para homes, também são de mulheres e que podemos exercer muito bem esses papéis. Levanto essa bandeira com muita dedicação”, disse Giovana.