Centro Vocacional Tecnológico abre inscrições para o biênio 2019/2020

Jovens são treinados para a gestão e manejo sustentável de recursos naturais/Bernardo Oliveira

O CVT tem a missão de formar multiplicadores de práticas sustentáveis entre jovens moradores de comunidades ribeirinhas na Amazônia comprometidos com a melhoria da qualidade de vida da população de seus locais de origem.


“As ferramentas adquiridas aqui no CVT vão servir para minha vida inteira. E eu vou estar sempre pronto para ajudar a associação do Acordo de Pesca Jurupari-Apara”. A fala é de Adriano Ribeiro Ferreira, morador da reserva Mamirauá, que fez parte da segunda turma que concluiu, no final do ano passado, o curso de formação no Centro Vocacional Tecnológico – Tecnologias Sociais da Várzea Amazônica (CVT) do Instituto Mamirauá. Com o objetivo de capacitar futuras lideranças em comunidades da Amazônia Central, Amazonas, o CVT está com inscrições abertas para o biênio 2019/2020.

“Nós recebemos pessoas que já eram muito boas e que voltaram melhores” afirma Sandro Regatieri/Foto: Bernardo Oliveira

Criado em 2013, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o CVT vem, desde então, treinando jovens para a gestão e manejo sustentável de recursos naturais nas reservas onde o Mamirauá atua. Os alunos também se tornam agentes na implementação de melhorias na qualidade de vida dos moradores de suas comunidades.

“Nós verificamos que muitos dos estudantes [das duas primeiras turmas a se formarem] já estão em suas instituições de origem ou, até, ajudando outras instituições a crescerem. Vemos muitos casos de sucesso. ”, relata Sandro Augusto Regatieri, gestor do CVT no Instituto Mamirauá. “Nós recebemos pessoas que já eram muito boas e que voltaram melhores – com conhecimentos na área de gestão e manejo muito mais aprofundados. ”

Vagas abertas

Neste novo ciclo, o CVT oferecerá 20 vagas aos moradores de reservas que realizam projetos de manejo, ou em vias de realizá-lo. Os candidatos deverão ser indicados pelas próprias comunidades ou organizações comunitárias das quais fazem parte. É fundamental que o candidato tenha perfil comunitário e responsável em relação aos desafios da população de seus locais de origem.

O CVT oferecerá 20 vagas aos moradores de reservas que realizam projetos de manejo/Foto: Bernardo Oliveira

Sandro espera, com essa próxima turma, aprofundar as relações do grupo de estudantes com os professores, a gestão e uns com os outros para assim fortalecer entre os alunos a compreensão da proposta do curso. “Vamos trabalhar bem para que eles possam entender bem as ferramentas que estão sendo recebidas. Queremos criar um grupo coeso, mais capacitado, que tenha uma ética centrada no respeito mútuo. E que os alunos já possam se observar como gestores, tomadores de decisões em suas comunidades. ”

Teoria e prática

As atividades serão divididas em duas etapas: no primeiro ano, os alunos residirão em Tefé, no Amazonas, e vão participar de aulas na sede do Instituto Mamirauá, com pesquisadores e técnicos do instituto, experientes na implementação e assessoria especializada de projetos de desenvolvimento sustentável em comunidades ribeirinhas da Amazônia.

Na segunda metade do curso, em 2020, os alunos retornarão às reservas e executarão projetos de melhorias para suas comunidades de origem, que deverão ser colocados em prática com a orientação e supervisão dos professores do instituto. No final do ano, essa evolução será apresentada nos trabalhos de conclusão de curso.

Com o objetivo de capacitar futuras lideranças em comunidades da Amazônia Central/Foto: Bernardo Oliveira

“O estudante CVT não está vindo apenas para estudar, ele está aqui para levar depois uma ação concreta para dentro da comunidade e fazer com que ela entre na construção desse plano de trabalho do segundo ano. A ideia é que a comunidade veja esse jovem como aluno CVT, mas também como um representante da comunidade. ”, explica o gestor do curso.

Os candidatos selecionados receberão, durante o ano das aulas em Tefé, uma bolsa de estudo/custeio, proveniente de um contrato de bolsista assinado com o Instituto Mamirauá, que é uma unidade de pesquisa do MCTIC.

Para participar do processo seletivo, o candidato deverá ler o edital e deixar a documentação necessária na portaria do Instituto Mamirauá, em Tefé, até o dia 1º de fevereiro. As entrevistas acontecem entre os dias 13 e 15 do mesmo mês. O resultado será divulgado no dia 18, ainda em fevereiro.

O Centro Vocacional Tecnológico (CVT) conta com apoio da Fundação Gordon and Betty Moore.

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