Cia de Dança La Salle, ganha o 1º lugar no FIH2

Cia de Dança La Salle/Foto: Divulgação

A Cia de Dança La Salle conquistou o primeiro lugar na categoria Avançado, no Festival Internacional de Hip Hop (FIH2), considerado o maior evento de danças urbanas da América Latina. O festival foi realizado em Curitiba, no Teatro Positivo, no último final de semana (sexta, sábado e domingo). O grupo amazonense também conseguiu um excelente resultado na categoria Jr, ocupando o segundo lugar na competição.


As coreografias vencedoras foram ‘Karkinos’, na Avançado, e ‘Viagem ao centro da terra’, na categoria Jr. A Cia La Salle ainda apresentou, como mostra, sem competir, a coreografia ‘A última luz que vi’. Na categoria Avançado, a disputa foi entre 37 grupos. Na Jr, foram 19. Além dos campeonatos, o festival contou com diversas atrações, como workshops com renomados coreógrafos nacionais e internacionais, mostras de dança e palestras. O FIH2, que está na sua 16ª edição, apresentou este ano mais de 100 coreografias, envolvendo cerca de 3 mil dançarinos, de sete países.

A Cia de Dança La Salle participa do evento desde 2012, consolidando-se entre as principais, nesse segmento, na América Latina. Este ano, as coreografias apresentadas pelo grupo envolveram 84 bailarinos, dentre eles, a cantora Marcella Bártholo, que representou o Amazonas no The Voice Kids Brasil. Também estavam no grupo os seis bailarinos que atuaram no espetáculo ‘Dream – o musical’, apresentado por Marcella em junho, no Teatro Amazonas, e que foi sucesso de público. Marcella faz parte da Cia desde 2013. Para ela, a conquista obtida foi uma consagração ao trabalho em equipe, resultado de muita dedicação de todos os profissionais envolvidos. “Dança é uma paixão e é muito bacana ter esse reconhecimento do público e do júri do festival. O FIH2 é uma vitrine, uma referência para todos que atuam nessa área”, afirmou.

Cia de Dança La Salle/Foto: Divulgação

A diretora da Cia de Dança La Salle, Natasha Oliveira, considera uma realização estar entre os melhores da América Latina. “Essa classificação é muito importante, porque a gente mostra que realiza um trabalho a altura dos melhores. Tem muita gente que discrimina a região, porque não conhece o trabalho que é desenvolvido pelos artistas locais”, ressaltou. O evento, na sua opinião, promove o intercâmbio de ideias e criações, que ajuda muito no desenvolvimento e crescimento artístico de bailarinos, diretores e coreógrafos.

Natasha explica que a Cia de Dança La Salle existe há 23 anos. O grupo é formado por 150 bailarinos. A grande maioria é estudante do La Salle, mas cerca de 30 são de outras escolas e apenas integram o grupo de dança. A rotina de ensaios é pesada, segundo ela. São duas horas de treino, três vezes por semana. Quando tem competição os ensaios se intensificam. Os treinos direcionados ao FIH2 começaram em fevereiro e, há três semanas, os ensaios passaram a ser de três horas e em todos os dias da semana, inclusive aos domingos. “Nós fomos para o festival, este ano, com uma responsabilidade adicional, por termos sido campeões no ano passado. A expectativa do público era muito grande em cima da companhia, estavam todos muito ansiosos e nós queríamos corresponder a isso, apresentando um espetáculo surpreendente e emocionante”, frisou.

Trabalho de pesquisa – O coreógrafo da Cia La Salle, Gandhi Tabosa, está no posto já há seis anos. Uma das principais características que o destacam é o trabalho de pesquisa que realiza para cada montagem e a preocupação de mesclar as várias vertentes artísticas nas suas produções – juntando música, com dança e com teatro. “Procuro sempre misturar todos os universos. Meu pai é músico e eu venho de experiência em teatro. Tenho muita afinidade com as artes e isso só favorece ao meu trabalho”, avalia.

Cia de Dança La Salle/Foto: Divulgação

Ele considera a pesquisa um diferencial no trabalho que executa. “Muita gente, hoje em dia, faz dança por dança, sem nenhuma pesquisa a mais – só movimento por movimento. Eu gosto de deixar tudo isso bem claro para eles, mostrando que existe um trabalho profundo de pesquisa em tudo o que a gente faz, em cada cena que eu monto. Acho que isso faz total diferença”, destacou.

Nos ensaios, Gandhi exige responsabilidade e dedicação e os resultados são visíveis na evolução do trabalho corporal dos alunos, ano a ano. “Todos da companhia percebem o avanço que conseguimos e isso partiu de dentro da sala de aula, do esforço dos alunos em querer crescer, em se aperfeiçoar cada vez mais”, diz ele.

Nas apresentações, ele conta que procura aspectos que possam mexer com o público. “Isso é uma coisa que busco sempre nas minhas pesquisas: promover essa relação do público com a coreografia apresentada, procurar identificar o que queremos comunicar com as nossas composições”.

Sobre as coreografias

‘Karkinos’ – Faz uma relação entre o universo das pessoas do signo de câncer e dos pacientes que convivem com a doença.

‘Viagem ao Centro da Terra’ – O público é conduzido a um universo ainda não desvendado, como se fosse uma sociedade secreta que está sendo descoberta. A coreografia tem uma pegada meio tribal.

‘A última luz que vi’ – Coreografia apresentada como mostra, sem concorrer. Retrata o universo do Holocausto, genocídio de judeus pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, explorando em particular a situação das crianças nos campos de concentração.

 

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