
Valter Campanato/Agência Brasil
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados começa, nesta terça-feira (22), a discutir o processo de quebra de decoro contra o deputado federal licenciado André Vargas (PT-PR).
O relator do caso, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), vai apresentar o relatório preliminar do processo na reunião do colegiado, marcada para às 16h.
O processo é resultado de uma representação conjunta de PSDB, DEM e PPS. Os partidos de oposição pediram a investigação de Vargas após o surgimento de denúncias que apontam seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.
O deputado é acusado de agir junto com o doleiro [que foi preso pela Polícia Federal acusado de lavagem de dinheiro] para conseguir contratos no Ministério da Saúde.
Além disso, ele admitiu ser amigo de Youssef e ter viajado, junto com a família, às custas do doleiro. Por outro lado, o deputado nega qualquer tipo de envolvimento com o esquema ilegal de lavagem de dinheiro.
Apesar disso, os partidos que fazem oposição ao governo acreditam que a postura de Vargas deve ser investigada por quebra de decoro e o processo no Conselho de Ética pode resultar na cassação do deputado.
Renúncia
André Vargas pediu licença de 60 dias no início de abril, assim que as denúncias começaram a ser veiculadas. Mesmo garantindo que não renunciaria ao mandato, ele foi pressionado pelo partido a abrir mão pelo menos do cargo de vice-presidente da Câmara, que ocupava desde 2013.
Depois que o processo por quebra de decoro foi aberto no Conselho de Ética, Vargas chegou a anunciar que iria renunciar também ao mandato de deputado federal. No entanto, após ser informado de que a renúncia não o livraria do processo na Casa, ele voltou atrás e decidiu manter o cargo.
Caso o Conselho de Ética decida pela perda de mandato de Vargas, o deputado vai ter de encarar o voto aberto dos colegas no plenário da Câmara.