

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista da Petrobras aprovou, hoje, terça-feira (18), uma acareação entre os ex-diretores da estatal Nestor Cerveró (da área internacional) e Paulo Roberto Costa (da área de abastecimento), para falarem sobre as suspeitas de pagamento de propina e outras irregularidades.
A comissão também aprovou a convocação do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, e do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, preso na última sexta-feira (14) durante a deflagração da sétima fase da operação Lava Jato. A operação investiga um esquema bilionário de lavagem e desvio de dinheiro. Duque seria ligado ao PT e teria chegado ao cargo por indicação do ex-ministro José Dirceu (PT).
O ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras Ildo Sauer também foi convocado pela CPI. Os parlamentares aprovaram ainda a quebra do sigilo fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Ele é investigado por participação em um suposto esquema de pagamento de propina a políticos envolvendo a Petrobras.
A oposição quer fazer um mutirão para ouvir os 23 presos pela Polícia Federal nesta etapa da investigação da Lava Jato. Além de Duque, estão presos executivos das principais empreiteiras do país.
“O senhor Paulo Roberto Costa afirmou que Nestor Cerveró recebeu propina sim. O Cerveró negou aqui no dia 10 de setembro. Então, vamos colocar os dois frente a frente”, afirmou o deputado Enio Bacci (PDT-RS), autor do requerimento sobre a acareação.
Costa e Cerveró já estiveram na comissão para prestar depoimento. Quando convocado, Costa ficou em silêncio e se recusou a dar esclarecimentos sobre as suspeitas sobre a Petrobras aos parlamentares. Ele cumpre prisão domiciliar no Rio e fez delação premiada. O ex-diretor afirmou à Justiça que políticos do PT, PMDB e PP teriam recebido propina de cerca de 3% para viabilizar contratos entre a estatal e fornecedores, segundo a revista “Veja”.(UOL)