
Diante da morte de mais uma liderança indígena, Paulo Paulino Guajajara, líder do Grupo de Defesa da Amazônia “Guardiões da Floresta”, assassinado na última sexta-feira (1), no Maranhão, após confronto com madeireiros, onde também foi alvejado Laércio Guajajara, o deputado federal José Ricardo (PT/AM) denunciou nesta terça no plenário da Câmara Federal o que chamou de “novo genocídio indígena” no país, cobrando também as responsabilidades do Governo Federal.
“Nos somamos a todos os que denunciam esse novo genocídio indígena no nosso país. Não podemos aceitar. Como também não podemos aceitar o desmonte da Funai e a falta de demarcação de terras indígenas no Brasil. Estamos aqui denunciando e cobrando as responsabilidades do Governo Federal, uma vez que já foi denunciado com antecedência ameaças de morte e o ministro da Justiça nada fez para proteger essa lideranças”, declarou o deputado, lembrando do momento atual, com políticas anti-indígenas, que fomentam a invasão de terras indígenas, incentivam a mineração nessas áreas, prejudicando mais ainda a vida desses povos.
José Ricardo destacou ainda a particularidade do Amazonas, estado com a maior população indígena do país, que hoje também está ameaçada por conta desse Governo Federal. E Manaus, capital que concentra grande quantidade de povos indígenas, cerca de 30 etnias, mais de 30 mil indígenas, mas que sem tem uma política voltada para garantir seus direitos.

O Estado não tem, a capital também não. Até projeto aprovado, de minha autoria, que garantia na Constituição do Estado recursos para a política indígena, o atual Governo Estadual revogou sem nenhum recurso efetivo para garantir mais recursos”, revelou.
Por isso, nos próximos dias 2 e 3 de dezembro, movimentos indígenas do Estado irão realizar marchas contra a retirada de direitos das populações nativas e denunciar o desmonte por parte do governo Bolsonaro de órgãos como a Fundação Nacional do Índio (Funai).
As mobilizações serão organizadas pelo Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena do Amazonas (Foreeia) e pela Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime). Um dos locais que a Marcha dos Povos Indígenas irá percorrer é a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
As lideranças vão denunciar também a retirada dos R$ 65 milhões do orçamento estadual para os povos indígenas do estado. Durante a mobilização, os movimentos vão apresentar uma Carta de Princípios dos Povos Indígenas do Estado, que visa disciplinar a organização de lideranças contra oportunistas.