Desmatamento em 2013 ajuda a elevar emissões, segundo SEEG

Desmatamento na Amazônia/Foto: Arquivo
Desmatamento na Amazônia/Foto: Arquivo
Desmatamento na Amazônia/Foto: Arquivo

O Observatório do Clima, uma rede de organizações da sociedade civil que atua no tema das mudanças climáticas, divulgou , em São Paulo, os resultados atualizados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), apontando um aumento de 7,8% nas emissões brasileiras em relação a 2012. Segundo o estudo, em 2013 as emissões brasileiras atingiram 1,57 bilhão de toneladas de CO2 equivalente (t CO2 eq), o maior valor desde 2008.

Segundo o Observatório, os resultados de 2013 interrompem a tendência de queda nas emissões nacionais de gases de efeito estufa (GEE) observada desde 2005, produto sobretudo das expressivas reduções nas taxas de desmatamento na Amazônia. Em 2012, as emissões atingiram o seu menor valor, com 1,45 milhão de t CO2 equivalente, segundo o SEEG.


Os dados anunciados indicam que, em 2013, houve aumento em todos os setores analisados. Nas apresentações, os representantes do Observatório destacaram especialmente a elevação das emissões provenientes dos setores Mudança no uso da terra (16,4%), puxado pelo aumento do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, e Energia (7,8%), influenciado pelo incremento da geração proveniente de termoelétricas e pelo consumo de gasolina e diesel para transporte (veja quadro abaixo).

O SEEG apresentou, ainda, uma estimativa por Unidade da Federação, considerando 91% das emissões de todos os setores. Segundo esse levantamento, Pará e Mato Grosso, estados com forte presença do setor agropecuário e elevadas taxas de desmatamento, “lideram” o ranking de emissões, com 11,2% e 9,4% do total, respectivamente. São Paulo (8,5%) e Minas Gerais (7,5%) vêm a seguir.

MMA divulga nota sobre dados do SEEG

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgou ontem uma nota à imprensa ressaltando que “a metodologia utilizada pelo SEEG para o setor de Mudança do uso da terra e florestas é diferente da metodologia oficial de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)”.

De acordo com a nota, a estimativa oficial elaborada pelo governo brasileiro para a Convenção da ONU sobre Mudança do Clima considera as emissões líquidas de GEE, contabilizando, portanto, as remoções de CO2 da atmosfera realizada pela própria floresta. “Já o SEEG valoriza os dados brutos, sem considerar de maneira destacada a remoção de CO2 das áreas protegidas, que somam mais de 60 milhões de hectares”, destaca o texto do Ministério. A metodologia oficial, segundo a nota, segue as diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), órgão de assessoramento da Convenção do Clima.

Estimativas oficiais não contabilizam dados de 2013

As estimativas oficiais de emissões de GEE no Brasil foram anunciadas pelo MCTI no último dia 13 de novembro. No entanto, os dados desse levantamento contemplaram o período entre 2005 e 2012, de forma que os efeitos do aumento de 29% do desmatamento na Amazônia, registrado em 2013, não foram considerados.

Com base nos dados oficiais, o MMA afirma que “está cumprindo rigorosamente suas metas voluntárias de redução de emissões em todos os setores, inclusive por meio do combate ao desmatamento, conforme informado à Convenção, após a Conferência de Copenhagen”, segundo a nota.

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