
Celebrado em 20 de maio, o Dia Nacional do Medicamento Genérico reforça a importância dessa política pública que democratiza o acesso da população aos tratamentos de saúde. Apesar de estarem presentes nas prateleiras das farmácias brasileiras há mais de duas décadas, ainda existem dúvidas sobre a eficácia e a substituição dos medicamentos de referência pelos genéricos.
“A principal pergunta que recebemos no balcão é se o genérico funciona tão bem quanto o medicamento de marca”, afirma Jhonata Vasconcelos, supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio. “A resposta é sim. O genérico passa pelos mesmos testes de qualidade, eficácia e segurança que o medicamento de referência.”
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), os genéricos representam atualmente 38,67% das vendas em unidades no mercado farmacêutico brasileiro. Embora expressivo, o número ainda está abaixo de países como Canadá (73%), União Europeia (67%), Índia (97%) e China (73%). Nos Estados Unidos, onde os genéricos fazem parte da cultura de consumo há mais de 50 anos, quase 90% dos medicamentos consumidos são genéricos.
“Além da eficácia comprovada, o fator econômico é decisivo”, destaca Jhonata. “Os medicamentos genéricos podem custar, no mínimo, 35 menos do que os de marca. Na prática, chegam a ser até 60% mais baratos, o que representa uma grande economia para quem precisa de tratamentos contínuos.”
Com a expansão da informação e a confiança no setor, a expectativa é de que a participação dos genéricos continue crescendo no Brasil. Segundo a PróGenéricos, o faturamento do setor se aproximou dos R$ 20,4 bilhões em 2024 e deve avançar cerca de 10% em 2025.
Como trocar
A substituição de um medicamento de referência por um genérico é simples, mas deve seguir orientação profissional. O farmacêutico, por lei, pode realizar essa substituição no momento da compra, desde que o princípio ativo, a dosagem e a forma farmacêutica sejam os mesmos.
“O ideal é que o paciente sempre converse com o farmacêutico ou o médico”, orienta o profissional. “Estamos aqui para tirar dúvidas, explicar as equivalências e garantir que o tratamento continue com a mesma qualidade.”
Economia a longo prazo
Ainda conforme a associação, com base em dados da empresa de saúde e tecnologia IQVIA, os genéricos são maioria entre os medicamentos usados para colesterol (78,66%), hipertensão (73,38%), ansiedade (71,85%) e depressão (64,66%).
“Os genéricos tornam o tratamento de longo prazo mais acessível, como no caso de doenças crônicas ou com períodos maiores de uso dos medicamentos. Isso permite que o paciente mantenha a regularidade e a adesão à terapia com segurança e eficácia”, destaca Jhonata Vasconcelos.