

Todos os anos, desde 1982, no dia 22/março se comemora do Dia Mundial da Água e, especialmente neste ano de 2015, a Organização das Nações Unidas_ONU definiu em janeiro/15 que o tema que pautará discussões ao redor do mundo será “Água e Desenvolvimento Sustentável”, cujo intuito principal é estimular a discussão sobre água e energia, cooperação pela água, água e segurança alimentar, águas transfronteiriças, saneamento, água limpa para um mundo saudável, e escassez de água nas grandes cidades relacionado ao desafio da concentração urbana nos grandes centros.
Num mundo em que a escassez de água potável se alastra e os governos locais não dispõem de um plano de uso racional do recurso, resultando num processo em que certamente milhares de pessoas serão prejudicadas e expostas a doenças ligadas a falta de água e de saneamento.
Justamente num momento em que as metrópoles brasileiras sofrem com a falta d´água e racionamento do líquido, ainda é possível encontrar inúmeras fontes de desperdício, ligados aos costumes, como lavar calçadas com mangueiras abertas ou vazamentos nas tubulações das concessionárias.
Por outro lado, nós brasileiros ainda não conseguimos avançar nas boas práticas, já adotadas em países desenvolvidos, como a utilização de água de reuso, tratadas que são por processos químicos que reciclam todos seus ativos. Países como Inglaterra, Coreia e Japão já utilizam mais de 60% de água de reuso para distribuição pública estimulando o consumo de fontes recicladas e reduzindo a captação de agua de outros mananciais.
No Brasil, a Agencia Nacional de Água é o órgão regulador que trata de todas as questões que envolvem a gestão dos recursos hídricos em todo o Brasil e tem como missão “implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o acesso a água, promovendo seu uso sustentável em beneficio das atuais e futuras gerações”.
Porém existe uma lacuna muito grande no gerenciamento dos recursos hídricos por conta da falta da instalação dos “Comitês de Bacia Hidrográfica”, os quais devem integrar ações dos governos locais propiciando respeito aos ecossistemas envolvidos promovendo a conservação e/ou recuperação dos corpos d´água garantindo a utilização racional dos recursos hídricos. A sociedade engajada precisa se mobilizar e exigir do poder público uma parceria para instalação dos comitês integrando ações em prol da sociedade.
Ainda com relação a gestão dos recursos hídricos não existe uma tratativa formal sobre o melhor caminho para o gerenciamento das “águas subterrâneas” sendo o Brasil um dos países mais beneficiados pelo Aquífero Guarani que cobre uma parcela significativa do solo brasileiro.
A mãe natureza foi bastante generosa com os povos amazônicos, criando aqui a maior bacia hidrográfica do planeta e ao mesmo tempo, abençoou nossa região com uma dos maiores índices pluviométricos do mundo, trazendo uma abundancia extrema na disponibilização de água, embora nós ainda não saibamos como aproveitar racionalmente o precioso líquido, pois nem a mais elementar das ações de conservação do recurso, sabemos fazer, que é o aproveitamento e reuso da água da chuva, seja para uso nas residências, seja para alimentação animal ou mesmo para irrigação de plantações.
O futuro do planeta está diretamente ligado com a disponibilidade de água, pois sem água não há vida, tratemos então de cuidar da nossa água de cada dia, sensibilizando as pessoas para a importância do tema e despertando nas crianças o valor da vida que a água proporciona.(George Dantas – articulista, ambientalista)