
Com apresentação de danças tradicionais, exposição de fotografias e artesanato do povo Yanomami, acontece às 19 horas e 30 minutos de hoje, no Centro Cultural Povos da Amazônia a abertura da JORNADA PELOS DIREITOS INDÍGENAS que terá uma extensa programação até a próxima sexta-feira. A Jornada celebra os 25 anos da entidade Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya).
A iniciativa pretende chamar a atenção da sociedade em geral para as graves ameaças contra os direitos dos povos indígenas, em especial dos Yanomami – povo que, no Brasil, vive em um território que abrange os estados do Amazonas e Roraima. Em meados da década de 1980, o território tradicional dos Yanomami foi invadido por mais de 30 mil garimpeiros. O impacto foi devastador para o meio ambiente e para os indígenas, que tiveram a população reduzida em mais de 30 por cento por força das doenças levadas pelos invasores ou pela violência.
Em 1992 o Governo Federal demarcou a terra dos Yanomami, depois de intensa do movimento indígena e de pressão internacional em vista do perigo de extermínio que pairava sobre eles.

Atualmente, embora com a terra demarcada, alguns problemas continuam ameaçando a cultura e a sobrevivência desse povo. O Governo Federal não presta a devida assistência em áreas como saúde e educação. Em algumas localidades, no interior da terra indígena, inclusive no município de São Gabriel da Cachoeira (AM), região do alto Rio Negro, garimpeiros continuam entrando e levando riscos a integridade dos indígenas.
Silvio Cavuscens, coordenador geral da Secoya, avalia que a conjuntura atual, marcada por investidas de grupos econômicos contra os direitos, requer mobilização do movimento indígena e articulação com outros setores da sociedade. “É lamentável o que acontece no âmbito do Congresso Nacional, onde representantes de grupos econômicos promovem o maior retrocesso contra os direitos dos povos indígenas. Enquanto eles atuam para mudar as leis, os inimigos dos povos indígenas usam a violência para tomar seus territórios, destaca Silvio Cavuscens.
Em vista das dificuldades que a conjuntura impõe a Jornada em Defesa dos Direitos pretende contribuir com o fortalecimento do movimento na construção de um futuro melhor para as próximas gerações. A abertura contará com representantes de organizações indígenas, entidades de apoio, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério Público Federal (MPF).
A Jornada é promovida pela Secoya juntamente com a Hutukara Associação Yanomami, Conselho Indigenista Missionário (Cimi Norte I), Forum Estadual de Educação Escolar Indígena do Amazonas (Foreeia), Coordenação das Organizações e Povos Indígenas de Manaus e entorno (Copime), União de Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab) e Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Manaus (AM), 18 de setembro de 2017