
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, está em Portugal em busca de colaboração das autoridades locais para prender a ex-diretora das Americanas, Anna Saicali, que está foragida. Em Lisboa, Rodrigues se reuniu com representantes da Polícia Judiciária e da Polícia de Segurança Pública, solicitando auxílio na captura da ex-diretora.
“Fiz reuniões aqui em Lisboa ontem e hoje com a Polícia Judiciária e com a Polícia de Segurança Pública, solicitando colaboração para a prisão desta foragida”, informou Rodrigues ao blog. A ação ocorre em meio aos desdobramentos da Operação Disclosure, deflagrada pela PF na quinta-feira, visando combater fraudes contábeis na Americanas que, segundo investigações, somam R$ 25 bilhões.
Nesta sexta-feira (28), o ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso em Madri. O Blog da Malu Gaspar, do jornal O Globo, divulgou a informação em primeira mão. A PF segue em estreita cooperação com autoridades internacionais para garantir a prisão e a extradição dos envolvidos.
O nome de Anna Saicali está na Difusão Vermelha da Interpol, figurando entre os mais procurados do mundo. Segundo o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, Anna “tomou parte das fraudes ajudando a criar documentos para apresentar à auditoria, de forma a dar suporte ao saldo fictício” das Americanas.
CEO das Americanas e a Questão da Extradição
Sobre a prisão de Miguel Gutierrez na Espanha, o diretor-geral da PF destacou os próximos passos para a tentativa de extradição:
• O juiz de primeira instância na Espanha encaminhará ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) da Polícia Federal brasileira a documentação necessária para a extradição.
• O Brasil receberá os documentos, formulará os pedidos e os enviará de volta à Espanha.
• O material retornará ao juiz espanhol, que decidirá sobre a extradição.
A Espanha, em regra, não extradita seus nacionais, mas dois critérios podem influenciar a decisão: a data de aquisição da nacionalidade espanhola e a gravidade do crime. Se a Justiça espanhola considerar que a nacionalidade foi adquirida recentemente e que o crime é grave, pode permitir a extradição.
Posicionamento das Americanas
A Americanas divulgou uma nota reforçando que é vítima das fraudes cometidas pela antiga diretoria. “A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”
Fonte: G1