A dor de cotovelo dos vermelhos de N. Airão – Por Garcia Neto

Dona Lindinalva, prefeita de Novo Airão
Dona Lindinalva, prefeita de Novo Airão

Nosso amigo petista Antônio Craveiro remete a mim um sentimento que o incomoda, ou seja, uma incurável dor de cotovelo. Eu imagino ser um sentimento de saudade de alguém que partiu ou de alguém que se desvinculou de um grupo por motivos maiores.
Amigos Daílson Queiroz, professor Christian Fagner e demais amigos e colegas de Novo Airão, eu imagino o tamanho da dor de cotovelo que solapou o ego de D. Lindinalva e do hoje vereador Cícero Agard, atual secretário de Saúde, que ligou para meu celular em janeiro de 2012 para eu confirmar minha participação no grupo dos vermelhos na campanha do ano passado.
Agradeci a lembrança e disse que tinha compromissos políticos com Wilton Santos e que nos encontraríamos para outras articulações que poderiam surgir durante o processo pré-eleitoral. Assim que soube de minha decisão, D. Lindinalva me ligou e cobrou-me postura, chegando a afirmar que, se eu não participasse de seu grupo, seria considerado um traidor e me tornaria inimigo do PT.
Para o convencimento, os dois, Lindinalva e Cícero, me afiançaram que o PT não seria “aquele PTzinho pobre da campanha de 2008” (está aspado), mas que o PT estaria mais vigoroso, robusto, para vencer as eleições com a ajuda financeira de empresários que alimentariam sua candidatura até o dia do pleito. Não me seduzi com seus argumentos, agradeci ao convite e disse que estaria ao lado do Wilton, como todos sabem.
Cabe ressaltar que, no bojo das discussões, Lindinalva perdeu o controle emocional, ficou irreconhecível, agressiva, mostrando-me o outro lado que poucos airãoenses conhecem, mas consegui esse ímpeto animalesco ao lembra-la que, na campanha de 2008 não lhe cobrei um centavo, e que estive no grupo dando apoio a pedido de meu amigo Argemiro Vinhort, na época presidente da Câmara Municipal. Foi um balde d’água fria na fervura, mas, entre os petistas mais radicais de Novo Airão, ficou a mágoa e o ódio a minha pessoa.


Entendo que, em campanhas eleitorais não cabe cultivar a inimizade ou alimentar o ódio a alguém que decidiu resignificar um posicionamento ao perceber a necessidade de dar um novo sentido àquilo que já estava formatado no seu sistema de valores e crenças.
Decidi apoiar ao Wilton, um velho amigo, e volto a assegurar que estaremos juntos na próxima campanha trabalhando para destruir esse gueto maldito que se formou em janeiro de 2013 por força de circunstâncias sociais e econômicas, porque entendo que nada estão fazendo para transformar Novo Airão, pelo menos, na perspectiva de um verdadeiro pólo turístico do Amazonas.
Repito o que escrevi em artigo anterior: o povo não errou, acreditou nas promessas de campanha DELA. O que prevaleceu foi a incapacidade da atual gestora e de seus auxiliares (com exceção de alguns), que confundiram penetração e capilarização política com voto das eleições. Por isso o desespero, um problema de fundo, fruto da miopia que não enxerga a necessidade da busca pela construção de uma contra hegemonia, por isso repete como farsa os caminhos das conhecidas articulações do PT.
Esse é o PT airãoense que transformou seus poucos militantes em um minúsculo grupo burguês, que se refestelam dento da vala comum da burocratização e da cooptação desse estado burguês. E volto a repito: cuidado com o PT de Novo Airão, que tenta impor-se pela força da arrogância.
*Garcia Neto é: professor, jornalista e analista político

Artigo anteriorEcoalfabetização – Por Marcus Eduardo de Oliveira
Próximo artigoPara decidir os rumos do Brasil – Por Frei Beto

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui