
Cerca de 220 famílias que se intitulam como ‘indígenas’ foram retiradas no início da manhã de quinta-feira (3), após voltarem a ocupar o terreno conhecido como ‘Cidade das Luzes’, no bairro Tarumã, na zona Oeste de Manaus. No dia 11 de dezembro de 2015, o local foi desocupado durante ordem judicial. Na ocasião, cinco mil famílias ocupavam o terreno irregularmente.
A ação para a desocupação contou com o efetivo de 45 policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) e 1º Batalhão de Choque. Não houve resistência por parte dos invasores.
O tenente do 1º Batalhão de Choque, Eduardo Reis, disse que as famílias já haviam construído ao menos 100 casebres e estavam ocupando o terreno desde o dia 18 de janeiro deste ano.

“Um dia antes da nossa ação, uma equipe do Comando de Policiamento Especial (CPE) notificou as famílias sobre a desocupação. Viemos ao local com o apoio de 45 policiais militares e tudo ocorreu de forma tranquila e sem resistência dos invasores”, informou.

O autônomo Stevenson da Frota, de 25 anos, informou que o terreno pertence ao ‘Parque das Tribos’ e abriga várias etnias existentes no Brasil. Segundo ele, o local é uma Área de Preservação Ambiental (APA) e não uma Área de Preservação Permanente (APP).
“Nós estamos aqui porque o terreno sempre pertenceu ao povo indígena. Não queremos conflito com ninguém, mas sim lutar pelos nossos direitos como índios”, declarou da Frota.

Durante os trabalhos para a retirada das famílias, dois tratores tipo pá-carregadeira fizeram a demolição dos casebres construídos em compensado e lona. Seis caçambas fizeram o transporte dos pertences das famílias.
Litígio
Em dezembro do ano passado, uma ação dos órgãos do Ministério Público Federal (MPF-AM), Defensoria Pública do Estado (MPE-AM), Defensoria Pública da União (MPU-AM) e Advocacia-Geral da União (AGU-AM) impetraram com a suspensão de decisão judicial que determinava a retirada das mais de 200 famílias indígenas do ‘Parque das Tribos’. A área é de 1,5 milhão de metros quadrados.