

Pela primeira vez na história da educação inclusiva do Brasil, uma Cartilha Indígena será transcrita para o sistema braille, um projeto do Setor Braille de Parintins, iniciado em janeiro de 2016, em conjunto com a Coordenação Indígena da Secretaria Municipal de Educação (Semed), trabalho está em fase de conclusão.
Durante participação no I Encontro Nacional da Rede de Leitura Inclusiva, de 16 a 18 de junho, em São Paulo, representantes do projeto fecharam parcerias com as Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Federal da Paraíba e Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) para captar recursos para a impressão da cartilha.
O coordenador do Setor Braille, Carlos Alberto, que foi palestrante no Seminário Internacional de Inclusão – Avanços e Possibilidades, explica que o projeto da cartilha está em fase de conclusão e recebe alguns ajustes. Ele afirma que para realizar a impressão é necessário parcerias para fazer contrato junto à Fundação Dorina Nowill, que é a única no Brasil que imprime livros em braille em larga escala.
Carlos destaca que a cartilha tem três autores, dentre eles, dois indígenas Sateré Mawé. Ele ressalta ainda que o projeto foi aprovado pelo Conselho Indígena de Parintins e que o setor vem trabalhando a transcrição para o braille. “Inclusive na linguagem Sateré tem algumas letras que não tem no nosso alfabeto. Tivemos que realizar a adaptação da apostila para o braille”, afirma.
O coordenador acrescenta que no evento estavam presente 25 estados e o Amazonas foi destaque pelo projeto inédito. “Durante a palestra pudemos mostrar como é feita a educação inclusiva em Parintins. Todos ficaram surpresos com o nosso trabalho e interessados em contribuir com o projeto”, afirmou o coordenador.