
Você quer ignorar, mais não pode – é uma desgraça! Há pilhas de coisas para arrumar, daí você olha para o celular, entra nos grupos, fica por dentro da última fofoca, covid19, política economia, mas nada realmente parece preencher o dia, em casa.
Daí você vai para Lives do Instagram, desejando ouvir algo que te desperte.
Começam os cliques! Você vai ver a live do espiritualista, da influencer digital, da saúde, do terapeuta de curar a si mesmo, de como ganhar dinheiro sem sair de casa, do padre, do pastor, cozinha e etc. Depois de visitar os instagramers todos, você se sente tão cansado que começa a funcionar no automático.
Visita a geladeira, o sofá, sala, a janela, conta os livros, fica na rede, lava a louça, limpa o chão, liga a TV, desliga a TV, fala sozinho e dorme. Lá se foi mais um dia.

Eu não sei vocês, mas sempre me pergunto o que realmente estou fazendo, porque, amigos, eu me disperso.
Começo uma coisa, e depois já estou em outra, assim do nada. E olha, esse problema aumentou muito neste período. Às vezes me irrito por eu não terminar uma tarefa e querer fazer mil coisas ao mesmo tempo.
Eu sei, vivemos num mundo que nunca desliga e o nosso cérebro é um emaranhado complexo de conexões.
Cientistas que estudam o cérebro dizem que temos consciência de 2 mil bits de informação em 400 bilhões de bits de informação que processamos por segundo e, é o cérebro que controla praticamente tudo o que eu e você fazemos, mas, olha só, não podemos fazer tudo ao mesmo tempo. Como diz o proverbio chinês: a conversa não cozinha arroz.
Por que não somos mágicos?
*Maria Ritah é ultramaratonista e cronista