
A crise se instalou em definitivo no sistema de transportes públicos de Manaus. A falência do sistema está sendo provocada pelo abandono que o poder público impôs às empresas, ao sindicato, aos trabalhadores dos transportes urbanos e a falta de investimento no setor, inclusive o BRT, que ainda hoje não saiu do planejamento da prefeitura.
O estopim da crise acendeu quando os trabalhadores dos transportes Especial tiveram seus passes-livres suspenso em todos os transportes urbanos de Manaus. Sem alternativa de negociação diretamente com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), recorreram à Comissão de Transportes da Câmara de Vereadores, no último dia 03 de maio, onde tiveram uma audiência pública para discutir as planilhas de custo e as causas do colapso dos transportes em Manaus.

(Foto: Reprodução/Detran-AM)
Na discussão, o assunto desencadeou para o problema do custo dos transportes e a falência das empresas. Hoje existem mais de 400 ônibus parados nas garagens e próximo de 2.500 trabalhadores dispensados de suas funções. “A gratuidade no sistema (passe livre), aumentaria ainda mais a chance de novas demissões e mais ônibus sendo recolhidos”, garante o vereador Cláudio Proença, que é representante da Cooperativa dos Transportes Alternativos.
Mais preocupante para os vereadores, empresários e representantes de cooperativas, é a permissão velada da prefeitura de consentir a enxurrada de aplicativos de transportes opcionais, como: Uber, Yet Go, Viabee, 99 Pop, App de Táxi, que tem a adesão de mais de 12 mil motoristas cadastrados. Pior ainda, são as kombi lotação, mais de 15 delas com ponto em frente à prefeitura, diante do nariz do prefeito, que tiram passageiros do transporte legalizado.
O inimigo está lá fora
Para o vereador Bessa (SD), a quantidade de aplicativos sem o devido controle da prefeitura, diminui o número de passageiros dos ônibus, drasticamente, aumentando o colapso nos transportes públicos em Manaus. “Tem empresário comprando 400 carros particulares para colocar nos aplicativos, enquanto isso, as empresas de ônibus estão demitindo, recolhendo ônibus e não tendo como investir em equipamentos”, aponta.
De acordo com o vereador Jaildo dos Rodoviários, ninguém é contra os aplicativos, mas é preciso regular, encontrar uma solução, encontrar meios administrativos para o passe livre, os aplicativos e outros problemas que só com a intervenção da Prefeitura, é capaz de resolver. “Ficar de braços cruzados, vai provocar ainda mais demissões e ônibus recolhidos às garagens”, conclui.