
A Escola Estadual Diofanto Vieira Monteiro, no coração de Manaus, abraçou a riqueza cultural da Amazônia na 1ª edição da “Feira de Linguagens”, realizada nesta terça-feira (23/04), com um olhar especial para os alunos da Educação Especial.
Esta escola, uma das quatro da rede estadual dedicadas a alunos com deficiência na capital amazonense, é um ambiente vibrante que acolhe estudantes a partir dos 14 anos, com deficiências intelectuais e múltiplas.
A feira transformou a escola em um cenário multicolorido, com cinco salas temáticas que mergulharam na essência da região. Desde a envolvente musicalidade do “Beiradão” até a deliciosa gastronomia representada pela “Feira da Panair”, cada espaço celebrava uma faceta única da Amazônia. Os alunos se encantavam com exposições literárias, explorando obras de autores locais como Mário Adolfo e Ana Maria Peixoto. A sala do “Dicionário Amazonês” era um tesouro de expressões típicas e dialetos regionais, imersão total na linguagem amazônica.
“O público-alvo da Educação Especial necessita de materiais adaptados, e todas as salas foram pensadas com isso em mente, visando aprimorar a cognição e a motricidade dos alunos”, destacou a gestora da escola, Solange Belchior.
Diferentemente das escolas convencionais, a EE Diofanto Vieira Monteiro adota uma abordagem não linear, baseada em oficinas pedagógicas e desenvolvimento de habilidades. Com 169 alunos matriculados em oficinas que vão desde vassouraria até bijuterias, a escola proporciona um ambiente de aprendizado diversificado e inclusivo.

Além das oficinas regulares, a escola oferece atividades complementares, incluindo exploração da natureza, jogos cognitivos, teatro, dança e informática.
A construção da feira foi uma jornada coletiva que envolveu tanto professores quanto alunos. Para o professor de Artes, Bernardo Mesquita, foi uma oportunidade de introduzir os estudantes à riqueza musical do beiradão. A presença do corpo docente, dos alunos e de suas famílias culminou em uma festa de música e dança.
“Aqui no Diofanto, a música é uma parte essencial do nosso ensino. Os alunos adoram aprender sobre a história da nossa música regional. Ela está presente em tudo o que fazemos”, ressaltou o professor Bernardo Mesquita.
Para a professora Aline Leão, responsável pela oficina de customização, a feira representou uma jornada de pesquisa e descoberta. Sua turma trouxe para a exposição o emblemático personagem “O Curumim”, criado pelo jornalista Mário Adolfo. O espaço foi uma homenagem aos povos originários, repleto de elementos da culinária, lazer e cultura indígenas.
“Cada detalhe da exposição foi confeccionado com a ajuda dos alunos. Eles estiveram envolvidos em todas as etapas do trabalho, desde pintar até colar. Foi uma experiência muito especial”, concluiu a professora.
A “Feira de Linguagens” não apenas celebrou a diversidade cultural da Amazônia, mas também demonstrou o potencial transformador da educação inclusiva e do trabalho colaborativo entre professores e alunos.