
A fumaça das queimadas que ocorrem na Amazônia e em outras regiões da América do Sul voltou a atingir o Rio Grande do Sul nesta terça-feira (3). Segundo a MetSul Meteorologia, ventos quentes vindos do Norte estão trazendo ar poluído para o estado, formando um denso corredor de fumaça. Essa nuvem de poluição, que se estende desde a Amazônia até o Sul do Brasil, também afeta países como Bolívia, Paraguai e a região Nordeste da Argentina.
Modelos de previsão, como o europeu CAMS do Sistema Copernicus, indicam que a fumaça continuará se deslocando para o Sul, alcançando o Oceano Atlântico antes de voltar para o Norte, afetando estados do Sudeste, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e parte de São Paulo.
A principal origem da fumaça está nas queimadas do Sul da Amazônia, especialmente no “arco do desmatamento”, que inclui áreas do Amazonas, Rondônia e Bolívia, onde o número de incêndios tem sido elevado. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre a noite de domingo e a noite de segunda-feira, foram registrados 3.432 focos de calor na Amazônia.
O transporte da fumaça para o Sul do Brasil é facilitado por uma corrente de vento em baixas altitudes, conhecida como corrente de jato, que se forma na Amazônia e desce até o Rio Grande do Sul. Essa corrente também traz ar mais quente, contribuindo para o aumento das temperaturas no norte do estado.
Embora a fumaça no Sul do Brasil permaneça suspensa na atmosfera, resultando em um céu acinzentado e cores intensas ao amanhecer e no pôr do sol, em casos excepcionais, ela pode descer a altitudes mais baixas, impactando a qualidade do ar de forma mais severa.
Fonte: G1