
Os produtores de juta e malva, em Manacapuru estão pedindo socorro ao governo do Estado pelo estado de abandono em que se encontram. Pedem também o apoio dos deputados e instituições responsáveis pelo setor no Amazonas para resolver o problema de investimento aos juticultores.
O governo, segundo eles, não faz mais investimentos na compra de sementes do Pará para fornecer aos agricultores de Malva e Juta, não investiu em novas tecnologias para o beneficiamento, escoamento e comercialização. Deixando de empregar cerca de 20 mil trabalhadores que poderiam gerar algo em torno de 50 milhões no Estado.

O Amazonas importou em 2017, próximo de R$ 6,9 milhões de fibras da Índia. Há mais de 10 anos, a Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), subsidia os juticultores do Amazonas em R$ 0,40 centavos por quilo produzido, valor este pago uma vez ao ano. A safra de referência para pagamento, incluem os municípios de Anamã, Anori, Beruri, Caapiranga, Coari, Itacoatiara, Manacapuru, Manaquiri e Parintins. Atualmente poderá produzir na safra de 2017/2018 somente 3 mil toneladas.
A Deputada Estadual Alessandra Campelo (MDB) denunciou ontem (24), na Assembléia Legislativa o atraso do pagamento das subvenções da Malva e Juta no Amazonas. “Gostaria de falar aqui em socorro aos agricultores de Malva e Juta dos municípios beneficiados pela subvenção e pedir o apoio dos senhores deputados. Os produtores de juta e malva continuam com subsídios atrasados desde 2014/2015. São mais de R$ 6 milhões que não estão sendo pagos”, afirmou Alessandra.
A deputada disse ainda que vai enviar ofícios ao governador Amazonino Mendes, ao secretário de Produção Rural, ao secretário da Sefaz e à Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS) cobrando o pagamento dos produtores.
Subvenção
O pagamento da subvenção referente a três safras: 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017. E a safra 2017/2018, que vence em dois meses, estão atrasadas e não pagas.
O Deputado David Almeida (PSB), quando governador interino iniciou em setembro de 2017, o pagamento dos valores referentes à subvenção da Malva e da Juta a 350 produtores rurais de 9 municípios amazonenses. A safra de referência para pagamento é a de 2014/2015 e está estimada em 2.159 mil toneladas de fibras, o que totaliza um repasse de R$ 822,500 mil.
Na avaliação de Alessandra, o investimento no setor primário é a política pública mais indicada para manter o homem no campo, evitando o êxodo rural que tanto mal causa às grandes cidades, no caso a capital Manaus.
Falta de política para o setor
O Amazonas é o maior produtor de fibras do Brasil, com participação de 87% da produção nacional (IBGE -PAM/2014). Os maiores produtores da fibra no Amazonas são da região da Calha do Rio Negro e Solimões, como Manacapuru, Anamã, Autazes, Careiro, Careiro da Várzea, Vila Rica de Caviana, Caapiranga, Iranduba, Manaquiri, Novo Airão, Rio Preto da Eva, Manaus, Beruri, Coari, Codajás e Anori.
A produção total desses municípios anualmente varia de 20 a 200 toneladas de juta, e de Malva gira em torno de 100 a 744 toneladas. Manacapuru e Beruri se destacam com a produção média de 70 a 100 toneladas de juta.
De acordo com dados do Idam, a produção de fibras (juta e malva) da safra 2015/2016 foi de 3.963 toneladas. Já a produção da safra 2016/2017 tem uma estimativa de 5 mil toneladas. A produção de Malva e Juta chegou em seu ápice com 20 mil toneladas/ano nas décadas de 80 e 90.
