Governo ‘zera’ impostos, o Distrito Industrial demite e a bancada federal do Amazonas continuam calada

Afrânio Barão é presidente do movimento sindical do PDT do Amazonas - foto: divulgação

O secretário executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM), Afrânio Barão, alerta que as indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM), podem iniciar o maior corte de empregos da história, depois que o Comitê de Gestão da Câmara de Comércio Exterior aprovou, sem ressalvas, a isenção de impostos para uma extensa lista de equipamentos de informática e de bens capital, produzidos nas indústrias do Amazonas.


Afrânio, que também é presidente do movimento sindical do PDT do Amazonas, diz que a resolução que foi  homologada pelo governo federal, no dia 10 de maio deste ano, com a publicação no dia 11 de maio, no Diário Oficial da União (Dou), está colocando muitos empregos das indústrias da Zona Franca de Manaus (ZFM) em risco, e podem fazer empresas do seguimento fecharem as portas, não só no Amazonas como no restante do País. “Serão milhares de brasileiros desempregados”, avalia Afrânio Barão.

Valdemir Santana no Distrito Industrial do Amazonas – foto: Sindimetal

“Não conseguimos entender como a bancada federal de deputados e senadores permitem a aprovação de uma medida que só prejudica o Estado, sem nenhuma discussão. Eles não têm vizinhos, parentes e eleitores que dependem do setor? Não foram eleitos com a promessa de defender o Polo Industrial de Manaus?”, questionou.

No caso da Zona Franca de Manaus (ZFM), o desemprego é imediato. Com o fechamento de linhas de produção no setor industrial do Amazonas, que consequentemente perderá  mais de nove mil empregos diretos e 27 mil indiretos, em 11 indústrias entre elas a Flex, Sagemcon, Technicolor, Humax, GBR, Kaon entre outras.

Promessas

Em Manaus, na reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS), o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, prometeu resguardar os incentivos das indústrias do Amazonas, mas, também disse que a ZFM era do Brasil. Com isso, acredita-se que ele tenha incentivado ações como essa, sem nenhuma dificuldade ou discussão, aprovada por técnicos do próprio ministério.

Nesta segunda-feira (29/05), o presidente do Sindmetal-AM, Valdemir Santana, se reuniu com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Bôsco Saraiva, para resolver o impasse. No entanto, a instituição parece não reagir aos ataques ao modelo de desenvolvimento, mesmo após a troca de comando.

Afrânio questiona a inércia do governo estadual, que deveria zelar pelos trabalhadores e a manutenção dos empregos, mas, pior de todos, continua sendo a paralisia cerebral da bancada federal do Amazonas. “Continuam todos calados, como se a medida fosse a melhor coisa para os trabalhadores do Estado”, aponta.

A falta de técnicos na instituição, tem favorecido os lobistas que operam no Congresso com emendas de interesse das câmaras de comércio do Brasil, que preferem comprar estes produtos no exterior, na Ásia e Estados Unidos. Isso tudo em detrimento da indústria nacional.

Segundo decreto publicado no DOU, são 64 novos bens de informática e telecomunicações beneficiados pela isenção.

Resta saber agora se o presidente Lula, que tem raiz sindical, que montou seu programa de governo prometendo mais emprego e renda, resolva revogar a medida. “Lula entende o que passa a classe trabalhadora. Temos certeza que pelo seu histórico, ele vai revogar esta afronta contra os trabalhadores do Amazonas e do Brasil”, completou Afrânio Barão.

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