Incêndios na Amazônia aumentam 36% em 2023 apesar da redução no desmatamento

Foto: Recorte

Mesmo com uma redução de 50% no desmatamento na Amazônia, a pior seca em 125 anos resultou em um aumento significativo nos incêndios em outras áreas do bioma. Em 2023, a área total queimada alcançou 10 milhões de hectares, um aumento de 36% em relação a 2022. Esses dados foram divulgados na sexta-feira (28) na Nota Técnica “Amazônia em Chamas”, elaborada por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) em parceria com a NASA, agência espacial do governo dos Estados Unidos.


“A redução do desmatamento e da área queimada nos municípios do chamado Arco do Desmatamento foi observada, mas houve um aumento no restante do bioma. Acreditamos que a redução do desmatamento contribuiria para diminuir os incêndios, mas este estudo mostra claramente os efeitos das condições climáticas nesse processo”, explicou Ane Alencar, diretora de Ciências do Ipam.

O estudo revelou que, dos 71 municípios prioritários para ações ambientais do governo federal, todos localizados no Arco do Desmatamento, 62 registraram uma redução na área desmatada, representando 88% da redução total em 2023. Além disso, dos 180 municípios amazônicos que conseguiram reduzir a área queimada no ano anterior, 47 eram prioritários e contribuíram com 68% da redução observada nesse grupo.

Apesar da diminuição no Arco do Desmatamento, 245 municípios na porção norte da floresta, incluindo 24 considerados prioritários pelo governo, apresentaram um aumento na área queimada, totalizando um crescimento de 4 milhões de hectares nessa região. Houve também mudanças nos meses com mais alertas de fogo: enquanto em 2022 os incêndios predominavam em agosto e setembro, em 2023 a maior área queimada foi registrada em fevereiro e março, períodos mais secos no norte da Amazônia.

“A seca severa de 2023 e as condições climáticas adversas contribuíram significativamente para o aumento da área queimada, especialmente em áreas de vegetação nativa como campos e florestas. Esta mudança nos perfis das queimadas representa um desafio adicional para as estratégias de combate ao fogo”, alertou Ane Alencar.

O estudo também destacou que 57% da área queimada em 2023 atingiu regiões de vegetação nativa, enquanto 43% foram em locais de pastagem. Em comparação com 2022, 37% da área queimada era de vegetação nativa e 62% de uso agropecuário.

Fonte: R7

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