
Um grupo de índios da etnia Manoki vai denunciar para a Organização das Nações (ONU) invasões constantes de fazendeiros em terras indígenas no norte de Mato Grosso. O dossiê do povo Manaki aponta que 20% da vegetação dos 206 mil hectares da terra já foram destruídos pelos produtores.
Segundo a coordenadora da Operação Amazônica Nativa (Opan), Andreia Sanzeres explica que devido a numeras denúncias realizadas pelos Manaki o órgão conseguiu marcar uma reunião em Brasília com a relatora da ONU, Victoria Tauli-Corpuz. “Os índios estão sofrendo ameaças dos fazendeiros que estão desmatando a área deles. Isso é crime e até agora ninguém fez nada.
Ela vai ser a nossa salvação”, afirma a coordenadora da Opan. A reunião acontece hoje(16), durante o evento Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
De acordo com dados oficiais, mais de 20% da vegetação nos 206 mil hectares da Terra Indígena (TI) Manoki já foram destruídos por fazendeiros que seguem realizando corte raso para cultivar arroz e soja no interior da terra indígena.
Além disso, foram identificados loteamentos, uma serraria em pleno funcionamento e centenas de quilômetros de estradas ilegais para furto de madeira que formam uma enorme “espinha de peixe” e podem ser vistos claramente através de imagens de satélite.
A Secretaria Estado de Meio Ambiente (Sema) registrou 54 inscrições de Cadastro Ambiental Rural (CAR) dentro da TI Manoki, mas avisou que nenhuma será validada.
Tratam-se de fazendas ilegais com a intenção de se regularizar dentro de um território indígena declarado e demarcado, que aguarda desde 2011 a finalização do processo de homologação. “Apesar das inúmeras denúncias que já foram realizadas, pouco foi feito para frear a invasão dos fazendeiros que já conseguiram até instalar uma serraria.
Queremos uma solução rápida para isso”, frisa Andreia.
(Folha do Estado)