Índios fazem funcionários da Vale reféns, no Pará

Os três funcionários ficaram reféns após chegarem para dar assistência médica aos índios (Manoel Freitas)
Os três funcionários ficaram reféns após chegarem para dar assistência médica aos índios (Manoel Freitas)
Os três funcionários ficaram reféns após chegarem para dar assistência médica aos índios (Manoel Freitas)

Funcionários da Vale foram feitos reféns durante três dias por índios da etnia Xikrin do Cateté, em uma unidade de extração de Ourilândia do Norte, a cerca de 900 km de Belém. Os empregados só foram liberados às 21h deste sábado (14), segundo a assessoria da empresa.


Os índios se apossaram da portaria da unidade Onça Puma desde quinta-feira (12). Não há consenso sobre o número de reféns.

Segundo a assessoria de imprensa da Vale, neste sábado ainda havia 50 funcionários (incluindo terceirizados) impedidos de sair. Na quinta-feira chegou a ser 200 os retidos. Já conforme a Polícia Civil local, eram só oito funcionários impedidos de sair.

De acordo com a empresa, os índios ameaçaram atear fogo na unidade –o que a Polícia Civil informou não ter conhecimento.

Cerca de 400 índios da etnia ficaram instalados na portaria da unidade. Na tarde deste sábado, a Justiça determinou a reintegração de posse.

Policiais militares se deslocaram à unidade para acompanhar o oficial de Justiça na entrega da decisão e já deixaram o local. Segundo a Polícia Civil, não há informações de carros ou portões depredados.

Os índios concordaram em deixar o local para que as tratativas com a empresa fossem retomadas na segunda-feira (16).

Em nota, a Vale informa que “reitera seu respeito aos povos indígenas”, mas que repudia qualquer forma de violência que ameace seus empregados.

Ainda segundo a empresa, os manifestantes cobram “mudanças na proposta de acordo em andamento” entre a empresa, o Ministério Público Federal e a Funai, para repasse em custeio e projetos às comunidades indígenas.

Os índios, diz a Vale, querem que o repasse proposto “seja feito integralmente em custeio”, com verba extra para os projetos.

A Vale afirma que o recurso deve ser focado em projetos. Ainda em nota, diz que tem dado encaminhamento às questões acordadas com as demais comunidades.

Até o momento, a reportagem não havia conseguido falar com representantes dos Xikrin do Cateté.

(Folhapress)

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