Indústria 4.0: impactos e oportunidades da evolução

Judenor Marchioro é vice-presidente da CSMIAFRI e Nathan Mezacasa é engenheiro de Pesquisa da IMSB ROBOPAC/Foto: Divulgação

Por Judenor Marchioro e Nathan Mezacasa


Ao contrário das outras revoluções industriais, algo de diferente está ocorrendo nisso que chamamos de 4ª revolução, ou indústria 4.0. É o fato de, além de sabermos o que está acontecendo e assistirmos a velocidade com que tudo está ocorrendo, somos, cada um dentro de sua real contribuição, protagonistas da mudança.

Mas afinal o que é a 4ª revolução industrial e o que a diferencia das outras?

A 1ª revolução industrial, ocorreu entre os anos de 1760 e 1840 e fica em nosso imaginário por se tratar de um tempo em que as máquinas eram a vapor, ou seja, não existia eletricidade. Aliás, atualmente é impossível pensar em um tempo onde não existia essa que foi protagonista da 2ª revolução industrial, a eletricidade.

No final do século 19 até meados do século 20, mais precisamente durante a segunda grande guerra, com o advento da eletricidade, novas mudanças ocorreram, beneficiando o processo produtivo, o que possibilitou o aumento dos ganhos e uma série de desenvolvimentos dentro da indústria química, petróleo e aço.

A 3ª revolução industrial, a qual ainda vivemos, tem importância fundamental para industrias de máquinas como IMSB ROBOPAC, que buscam evolução constante, pois por meio dessa revolução foram incorporados recursos de informática nos processos de produção industrial, possibilitando avanços até então jamais vistos, a robótica é o principal exemplo.

Chegamos então ao que tem sido chamado de indústria 4.0, sua origem se dá na Alemanha como parte de uma estratégia governamental para a informatização das fábricas, sendo esta uma revolução que se espalhará em todas as indústrias a nível mundial. O que irá ocorrer daqui para frente é difícil prever, mas, com certeza, é algo bastante promissor, com enorme potencial de redução de custos, aperfeiçoamento de processos produtivos, interação e outros importantes elementos.

Ficar fora ou retardar o ingresso nessa revolução significará, sem sombra de dúvida, prejuízo. Isso porque não estamos falando de tendências, mas de realidade, de algo que está batendo na porta e entrando sem muita cerimônia.

Judenor Marchioro é vice-presidente da CSMIAFRI e Nathan Mezacasa é engenheiro de Pesquisa da IMSB ROBOPAC/Foto: Divulgação

A Indústria 4.0 se diferencia das outras revoluções pela velocidade, amplitude e profundidade que está ocorrendo. Está diretamente relacionada ao termo Internet das Coisas (IoT), que permite conectividade em tempo real de qualquer sistema produtivo. Hoje, as máquinas podem trocar dados, sentir mudanças no ambiente, como os alarmes de incêndio, e prevenir grandes desperdícios dentro das indústrias, tudo isso por meio de sistemas ciber-físicos que enviam informações de um dispositivo para o outro.

O celular ou telefone são provas do bom funcionamento do termo, já que a IoT permite que objetos e máquinas se “comuniquem” uns com os outros, bem como com seres humanos, para elaborar soluções. Essa tecnologia possibilita que os objetos trabalhem para resolver problemas de forma independente, com ou sem intervenção humana.

Além da IoT, o termo indústria 4.0 refere-se a robótica avançada e inteligência artificial; sensores sofisticados; computação em nuvem; captura e análise de dados; fabricação digital (incluindo impressão em 3D); software como um serviço e outros novos modelos de marketing; smartphones e outros dispositivos móveis; plataformas que utilizam algoritmos para direcionar veículos motorizados e a incorporação de todos esses elementos em uma cadeia de valor global Inter operável, compartilhada por muitas empresas de muitos países.

Essas tecnologias são muitas vezes pensadas em separado, porém quando unidas integram um mundo físico e virtual.

E a questão que fica é, o que é necessário fazer para participar desse movimento rumo ao crescimento sustentável e evolução constante que a indústria 4.0 pode gerar?

Sempre, como ponto de partida para qualquer projeto, devemos mapear o que já temos e onde queremos chegar, definindo metas claras, priorizando as que resultarão em mais valor para sua empresa, sempre as alinhando com a cultura organizacional e estratégia geral. Como qualquer desenvolvimento, adequar a empresa a realidade da indústria 4.0 requer profissionais capacitados e líderes que busquem o crescimento do time.

Inicialmente é interessante incorporar conceitos relevantes presentes na indústria 4.0 em programas pilotos, com a finalidade de evidenciar os ganhos reais gerados pela implantação de maior controle em sua empresa. A partir desses pilotos é possível avaliar os resultados e descobrir quais os recursos necessários para alcançar os objetivos, de forma a otimizar os custos inerentes a aplicação.

É de extrema importância que os dados extraídos de diferentes partes do negócio, particularmente aqueles que diferenciam a empresa ou atraem clientes, sejam combinados, produzindo uma base de informações confiável e de fácil acesso e interpretação. Nesse sentido é importante que se utilize ferramentas que possibilitem a extração desses dados em tempo real, de forma a potencializar os resultados, possibilitando adaptar produtos a clientes e melhorar continuamente seus processos.

Por fim, obter todo potencial presente na indústria 4.0 provavelmente implicará em mudanças importantes nas práticas de sua empresa, bem como dos colaboradores. É um caminho sem volta onde todos ganham, mas requer dedicação, flexibilidade e preparo.

Lembre-se que cada vez mais é necessário desenvolver soluções completas de produtos e serviços para seus clientes. Para isso é imprescindível que você entenda o comportamento do consumidor ativamente e a inter-relação de sua empresa com o ambiente ao qual ela está submetida.

Além de um conceito, a indústria 4.0 trará enormes vantagens para a empresa que entender seu real significado e mais rapidamente se adequar a realidade.

* Judenor Marchioro é vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas para a Indústria Alimentícia, Farmacêutica e Refrigeração Industrial (CSMIAFRI)

* Nathan Mezacasa é engenheiro de Pesquisa e Desenvolvimento da IMSB ROBOPAC

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