Indústrias do Amazonas ‘dão prêmio de 6 mil demissões’ no início de 2022

Presidente dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, dimensionando o tamanho das demissões no Amazonas - foto: recorte/vídeo/ilustrativa

O anúncio de faturamento de R$ 131,1 Bilhões nas indústrias do Amazonas, editado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (ZFM), até outubro de 2021, só expôs o tamanho da incompetência que existe na fiscalização das relações de trabalho e emprego dentro das fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM).


Indignado com a situação, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM), Valdemir Santana, convoca os 03 senadores, os 08 deputados federais e os 24 estaduais a visitarem o Distrito Industrial e ver com os próprios olhos, o tamanho do descaso com que as multinacionais tratam os trabalhadores do Estado.

Sem fiscalização

“Não existe fiscalização. A equação isenção fiscal que seria relativa a número de empregos e benefícios dados, não existe já faz um bom tempo e os órgão estaduais e federais de olhos fechados para isso”, denuncia Santana.

O sindicalista acrescenta que a preocupação dos órgãos que regulam o setor industrial no Estado, só estão preocupados em anunciar faturamentos recordes, os mesmos faturamentos que pegam o próximo voo em direção a São Paulo e para a Ásia e deixam o Estado com estatísticas de desemprego, também, batendo recordes.

Demissões

Santana disse que o Distrito Industrial, que tinha 98 mil trabalhadores até dezembro de 2021, no início deste janeiro de 2022 não pode dizer que tem 90 mil.

A CUT registrou mais de 6 mil demitidos ao final do ano de 2021 para início de 2022, sem explicação e a justificativa foi que eles eram terceirizados e temporários. “Não me interessa que eles sejam terceirizados ou não. O que conta é que as fábricas recebem isenção fiscal exatamente para manter número de trabalhadores do tamanho dos seus incentivos. Está na Lei”, aponta o presidente dos metalúrgicos.

Pelos registros das entidades sindicais, elas contaram 800 trabalhadores demitidos na Philco, outros 600 na Flextrônics da Amazônia, mais 300 na P&G, mais de 50% dos trabalhadores da indústria Gama.

Aproveitando a falta de fiscalização e a desordem no principal órgão de fiscalização federal nas indústrias do Estado, Moto Honda, Samsung, Salcomp, Giga, LG e várias outras seguiram a mesma linha de demissão sem justificativas, mesmo sendo as campeãs de faturamento no Polo Industrial de Manaus.

Da redação do Correio da Amazônia

Artigo anteriorInteligentes falando sobre inteligência no Campus Party 2022 do Brasil
Próximo artigoCanal Curta! presta homenagem ao poeta Thiago de Mello

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui